Dietoterapia e Suplementação em Colite Ulcerativa

Texto: Vinícius Graton - Nutricionista CRN9-9877

A colite ulcerativa é caracterizada como doença intestinal de causa desconhecida, mas de grande componente psicossomático. É a inflamação da mucosa e da submucosa e ulceração, com predomínio no cólon descendente, no sigmóide e no reto.

A colite ulcerativa pode afetar apenas a parte inferior do cólon, reto e é, então, chamada de proctite ulcerativa. Se a doença afetar apenas o lado esquerdo do cólon, ela é chamada de colite distal ou limitada. Se ela envolver todo o cólon, é pancolite.

A colite ulcerativa difere de uma outra doença inflamatória intestinal, a doença de Crohn. A colite ulcerativa afeta apenas o cólon. A inflamação é máxima no reto e estende-se até o cólon de modo contínuo, sem nenhuma área de intestino normal poupada.

A doença de Crohn, pode afetar qualquer área do trato gastrointestinal, incluindo o intestino delgado, e pode haver áreas de intestino normal entre as áreas de intestino doente, as chamadas áreas "poupadas".

A colite ulcerativa afeta apenas a camada mais superficial do cólon, enquanto a doença de Crohn pode afetar toda a espessura da parede intestinal. A colite ulcerativa e a doença de Crohn são diferentes do cólon espástico ou síndrome do cólon irritável, que é um distúrbio de motilidade do trato gastrointestinal. A sindrome do cólon irritável não tem nenhuma relação com a colite ulcerativa ou doença de Crohn.

A musculatura intestinal também pode ser afetada, provocando a dilatação colônica chamada de megacólon. Esta por sua vez, pode ser aguda, moderada ou crônica.

Sinais e sintomas:
- diarréia mucossanguinolenta
- presença ou não de pus
- dor em cólica
- mal estar
- fraqueza
- fatigabilidade
- febre
- perda de peso
- anemia
- leucocitose
- velocidade da hemossedimentação aumentada
- diminuição de proteínas
- alterações hidroeletrolíticas
- alterações do estado geral
- desnutrição

Complicações, Dietoterapia e Suplementação na Colite Ulcerativa

A colite ulcerativa grave culmina com febre e aumento do catabolismo, desnutrição, esteatose hepática, perda de peso e alterações múltiplas pela perda de macro e micronutrientes. O tratamento medicamentoso é feito com sulfassalazina, corticosteróides, antiespamódicos e antidiarréicos, olsalazina (para os que apresentam intolerância à sulfassalazina) e cirúrgico SOS.

A dieta objetiva corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico e as perdas de nutrientes pela diarréia, recuperar o estado nutricional e minimizar toda a sintomatologia, minimizar e/ou evitar as colateralidades e as interações negativas entre os fármacos usados e os nutrientes.

Devemos fazer o uso da suplementação de tiamina, folacina, zinco, cálcio, ferro, vitamina E e ácidos graxos ômega-3 (AEP), que têm o papel importante nos processos inflamatórios.

Os alimentos de difícil digestibilidade, flatulentos, fermentáveis e ricos em enxofre devem ser evitados para minimizar ou evitar o desconforto abdominal.


Referência Bibliográfica:
- REIS, N.T. Nutrição Clínica - Sistema Digestório. Rio de Janeiro: RUBIO, 2003. 294p.
- SNAPE, W. J. Consultations in Gastroenterology. Philadelphia: W. B Saunders, 1996
- SOLA, J.E, Manual de Dietoterapia de las Enfermidades del Adulto. Buenos Aires: El Ateneo, 1973.
- ABCD - Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn
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