Curvas de Crescimento da Organização Mundial da Saúde – OMS

Em 2006 foi lançada pela Organização Mundial de Saúde – OMS as novas Curvas para Avaliação do Crescimento da Criança de 0 a 5 anos. A recomendação para a elaboração de novas curvas foi aprovada pela Assembléia Mundial de Saúde da OMS, em 1994 e desde então o Programa de Nutrição da OMS coordenou um estudo mundial que teve início em 1996 com a participação de paises representativos das seis principais regiões geográficas do mundo que foram o Brasil (Pelotas) - representando a América Latina-, Ghana (Accra), Índia (Nova Delhi), Noruega (Oslo), Oman (Muscat) e Estados Unidos (Davis).

As novas curvas de crescimento constituem um importante instrumento técnico para medir, monitorar e avaliar o crescimento de todas as crianças de 0 a 5 anos, independente da origem étnica, situação sócio-econômica ou tipo de alimentação. Desnutrição, sobrepeso, obesidade e condições associadas ao crescimento e à nutrição podem ser detectadas e encaminhadas precocemente na criança. Com a utilização dessas novas curvas pais, profissionais de saúde e gestores de políticas públicas tomarão conhecimento dos padrões do que constitui uma boa nutrição, saúde e desenvolvimento infantil.

Com base em vários critérios para inclusão no estudo (estudos epidemiológicos, localização geográfica das comunidades, presença de instituição de pesquisa capacitada, entre outros) o Brasil foi o país selecionado pela OMS para representar a América Latina. O estudo foi coordenado por professores da Universidade Federal de Pelotas e contou com o apoio financeiro do Ministério da Saúde. A coleta de dados para todo o estudo teve início em 1997 e foi finalizada em 2003, contendo informações da população infantil da cidade de Pelotas no Rio Grande do Sul. Veja mais sobre a metodologia do estudo em "Uma nova curva de crescimento para o século XXI".

Curvas de crescimento para crianças a partir dos 5 anos e adolescentes (OMS 2007)

A grande preocupação com o aumento da obesidade infantil e o lançamento do padrão de crescimento para crianças pré-escolares pela Organização Mundial da Saúde - OMS em abril de 2006 fizeram com que se tornasse urgente o desenvolvimento de uma referência de crescimento única para a avaliação de crianças, em idade escolar, e adolescentes. Além disso, à medida que os países implementaram o padrão de crescimento para menores de 5 anos de idade, o intervalo entre todos os percentis e as referências existentes para avaliar o crescimento de crianças maiores tornou-se motivo de muitas dúvidas. Muitos países destacaram também a necessidade de existir curvas de Índice de Massa Corporal - IMC iniciando aos 5 anos e que estas permitissem o cálculo ou delineamento das curvas de qualquer percentil ou escore-z em uma escala contínua dos 5 aos 19 anos.

A necessidade de harmonizar as ferramentas de avaliação do crescimento fez com que um grupo de especialistas se reunisse em janeiro de 2006, com o apoio da OMS, para avaliar a viabilidade do desenvolvimento de uma referência nacional de crescimento para crianças em fase escolar e adolescentes. Os especialistas sugeriram que a referência de crescimento deveria ser construída para esse grupo de idade utilizando-se dados históricos já existentes e discutiram os critérios de seleção dos bancos de dados.

A OMS, em seguida, iniciou um processo de identificação dos bancos de dados existentes em diversos países. Porém, até mesmo os estudos mais promissores apresentaram grande heterogeneidade em relação aos métodos, qualidade dos dados, tamanho de amostras, categorias de idade, situação socioeconômica das crianças participantes e diversos outros fatores decisivos para a construção da curva de crescimento. Dessa forma, muito provavelmente uma curva construída a partir de dados tão heterogêneos não coincidiria com os dados do padrão de crescimento da OMS aos 5 anos para os diferentes indicadores antropométricos.

Como conseqüência, a OMS optou por reconstruir a referência de crescimento que era recomendada anteriormente, a do National Center for Health Statistics (NCHS) de 1977, para as crianças dos 5 aos 19 anos. Foi utilizada a amostra original dos participantes de 1 a 24 anos e acrescentaram-se os dados de crianças de 18 a 71 meses provenientes do padrão de crescimento da OMS, visando facilitar o alisamento na transição aos 5 anos de idade. Foram aplicados os métodos estatísticos mais atuais para o desenvolvimento de referências para crianças pré-escolares.

As novas curvas da OMS de 2007 adaptam-se bem ao padrão de crescimento infantil da OMS aos 5 anos de idade e aos pontos de corte de sobrepeso e obesidade recomendados para os adultos. Dessa forma, a referência da OMS de 2007 preenche a lacuna antes existente nas curvas de crescimento e correspondem à referência adequada para a avaliação nutricional das crianças e adolescentes dos 5 aos 19 anos.

Caderneta de Saúde da Criança
A Caderneta de Saúde da Criança é o instrumento usado para orientar o monitoramento nutricional de crianças menores de 10 anos. A Caderneta lançada em janeiro de 2007 está sendo distribuída em todo o Brasil para as crianças nascidas a partir daquele ano e apresenta as curvas para avaliação de crescimento de meninas e meninos de 0 a 10 anos. Nela, as crianças de 0 a 5 anos já são avaliadas com as curvas de crescimento da OMS (2006). Essa Caderneta apresenta também conteúdos informativos para a família e profissionais de saúde com destaque para o cuidado da criança, seu desenvolvimento, prevenção de acidentes e violência e novo calendário vacinal com a inclusão da vacina para rotavírus. Uma nova versão, prevista para 2009, será lançada para incorporar as curvas de crescimento da OMS (2007). Acesse aqui a "Caderneta de Saúde da Criança" lançada em janeiro de 2007.

Toda criança menor de dez anos tem o direito de possuir um exemplar da Caderneta, que tem distribuição nacional, sendo entregue às mães na maternidade ou, se isto não ocorrer, quando estas forem a algum Estabelecimento Assistencial de Saúde - EAS. Cada criança deve possuir apenas uma Caderneta, onde são anotadas e atualizadas as informações mais importantes sobre a história da sua saúde, como intercorrências, monitoramento do crescimento, mediante os gráficos de peso por idade e estatura por idade, e o controle das imunizações e suplementação medicamentosa de ferro, desde o nascimento.

A mãe ou responsável deve ser muito bem orientada para compreender as informações contidas na Caderneta de Saúde da Criança, guardá-la em boas condições e apresentá-la em todos os contatos com profissionais e/ou serviços de saúde, pois se trata de instrumento de caráter motivacional e educativo para a melhoria da saúde infantil, dentro da abordagem dos cuidados primários de saúde.

A impressão e a distribuição das Cadernetas de Saúde da Criança, bem como a capacitação para utilização das mesmas, são realizadas pela área técnica de Saúde da Criança (crianca@saude.gov.br).

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