Exercício e Hipertensão

Quando se diz que uma pessoa é hipertensa isso significa que sua pressão arterial média é maior que o limite superior da faixa considerada normal. O nível de pressão considerado normal em condições de repouso é de 120mmHg/80mmHg, sendo o indivíduo considerado hipertenso quando a pressão sanguínea é maior ou igual a 135mmHg/90mmHg.

Na hipertensão muito grave, a pressão arterial média pode subir até à 250mmHg/130mmHg. Acredita-se que dentre quatro pessoas, uma terá hipertensão em algum momento da vida.

As conseqüências da hipertensão podem ser dar basicamente de três formas:

* O excesso da carga de trabalho sobre o coração leva ao desenvolvimento precoce da doença cardíaca congestiva, doença cardíaca coronária ou ambas, causando muitas vezes em resultado de um ataque cardíaco, a morte.
* A pressão alta pode romper um vaso sanguíneo importante do cérebro, causando o AVE (Acidente Vascular Encefálico), popularmente conhecido como Derrame.
* Hemorragia nos rins, insuficiência renal, uremia e morte, são outros sintomas relacionados à hipertensão.

O exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas nos sistemas corporais, especialmente no sistema cardiovascular e respiratório. Estes efeitos podem ser classificados como agudos imediatos (ocorrem logo após a atividade física. Ex: elevação da frequência cardíaca), agudos tardios (acontecem nas primeiras 24, 48 ou até 72 horas após o exercício, muito comum em hipertensos) e por fim os efeitos crônicos, caracterizados por adaptações.

Com o objetivo de atender as maiores demandas exigidas pelo organismo, os níveis tencionais se elevam sem causar danos à saúde. Indivíduos hipertensos, mantêm uma pressão menor nas 24 horas após a prática de exercícios físicos.

A busca pela explicação do efeito redutor do exercício sobre a pressão arterial ainda não é totalmente esclarecida, o que motiva inúmeras pesquisas que vêm sendo realizadas. Dentre os fatores hemodinâmicos, verificou-se que o exercício físico de baixa intensidade provoca redução no estímulo do sistema parassimpático, reduzindo assim a frequência cardíaca que por fim diminui o débito cardíaco. Há hipóteses que tal redução se deve à fatores humorais, relacionados à produção de algumas substâncias, entre outros fatores. Porém, esta idéia ainda não é totalmente esclarecida.

O treinamento com exercícios também pode facilitar a eliminação de sódio pelos rins, um importante soluto responsável pelo volume plasmático, pois cada molécula de sódio atrai 4 moléculas de água. Essa hipertensão induzida pelo sódio ocorre em cerca de 1/3 dos indivíduos hipertensos.

Como a hipertensão pode ser assintomática, ou seja, passar desapercebida durante muitos anos, o ideal é que seja checada regularmente, em intervalos periódicos. Tanto em indivíduos sedentário como hipertensos observa-se redução na pressão arterial em decorrência da atividade física, visto que o volume de exercício necessário para alcançar tal redução pode ser relativamente pequeno. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os indivíduos hipertensos iniciem a prática regular de atividade física, sempre com orientação e avaliação prévia.


Referências Bibliográficas

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