Orientação Nutricional para Insuficiência Cardíaca

Insuficiência Cardíaca é uma síndrome na qual o coração é incapaz de atender as demandas metabólicas dos tecidos, ou o faz sob alta pressão de enchimento, e se expressa clinicamente por dispnéia (falta de ar, desconforto para respirar), fadiga (fraqueza, cansaço), edema (acúmulo anormal de líquidos em partes do corpo ou no corpo todo, inchaço) e redução de sobrevida (COSTA, 2006).

Atualmente, a Insuficiência Cardíaca (IC) é um grave problema mundial e uma das prioridades entre as enfermidades crônicas da Organização Mundial de Saúde. Estima-se que quase dois milhões e meio de brasileiros e quinze milhões em todo o mundo sejam portadores de insuficiência cardíaca; as doenças cardiovasculares correspondem à primeira causa de mortalidade no Brasil (MESQUITA et al, 2004).

Esta síndrome é mais prevalente em indivíduos com mais de 60 anos e a melhor explicação é o aumento da massa corporal que ocorre com a idade. A prevalência de obesidade e de sobrepeso crescente entre indivíduos acima de 60 anos produz conseqüências adversas para a saúde, como o aumento do risco de doenças crônicas não transmissíveis e o aumento da mortalidade (FERREIRA M.et al, 2003).

Desta maneira, entre os fatores de risco considerados de maior importância destacam - se o fumo, a vida sedentária, a hipertensão arterial, as dislipidemias, a obesidade, o diabetes melitus e os hábitos relacionados ao estilo de vida, como dieta rica em calorias, gorduras saturadas, colesterol e sal, consumo de bebida alcoólica, tabagismo e sedentarismo (CERVATO A.M.et al, 1997).

A ocorrência da maioria das doenças crônicas está relacionada com a alimentação, com as atividades diárias, e o ambiente físico e social (Caderno Saúde Pública, 1999). Portanto, os hábitos e comportamentos parecem ser elementos fundamentais na prevenção e no controle das morbidades em questão e, por isso, mudanças no estilo de vida são necessárias para adquirir os benefícios à saúde. Recomenda-se a prática de exercício físico (sessões de pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou em períodos cumulativos de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada) juntamente com alimentação saudável (aumentar o consumo de frutas, grãos e vegetais e limitar a ingestão de álcool) e o não tabagismo. Estas intervenções são eficazes e essenciais na prevenção de doenças crônicas e na promoção de saúde (FERREIRA M.et al, 2003).



Práticas alimentares e comportamentos saudáveis para prevenção de IC:

1. Escolher uma dieta variada com alimentos de todos os grupos alimentares (pães, cereais, raízes e tubérculos / hortaliças / frutas / leguminosas / carnes e ovos / produtos lácteos / óleos e gorduras / açúcares);
2. Dar preferência a frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais;
3. Ficar atento ao modo de preparo dos alimentos para garantia de qualidade final, dando prioridade aos alimentos em sua forma natural, e à preparações assadas, cozidas em água ou vapor, e grelhadas;
4. Ler os rótulos dos alimentos industrializados para conhecer o valor nutritivo do alimento que será consumido. Evitar alimentos muito calóricos e ricos em gordura saturada ou sódio, que é utilizado como conservante e, por isso, está presente em grande parte dos alimentos industrializados;
5. Utilizar açúcares, doces, sal e alimentos ricos em sódio com moderação; Consumir apenas 10% de sua ingestão calórica total em forma de doces ou açúcar – de 150 a 200 kcal, evitar adicionar sal à mesa e alimentos industrializados ricos nesse nutriente;
6. Consumir alimentos com baixo teor de gordura. Preferir gorduras insaturadas (óleo vegetal), leite desnatado e carnes magras;
7. Praticar atividade física diariamente – ao menos 30 minutos -, e mudar hábitos rotineiros (preferir escadas à elevadores, por exemplo)



Referências Bibliográficas:

- Cervato AM, Mazzilli RN, Martins IS, Marucci MFN. Dieta habitual e fatores de risco para doenças cardiovasculares. Rev. Saúde Pública, 31 (3): 227-35, 1997.1. Mesquita et al. Insuficiência cardíaca com função sistólica preservada. Arq. Bras. Cardiol., vol. 82, nº 5, Maio de 2004.
- Ferreira M, Matsudo S, Matsudo V, Braggion G. Efeitos de um programa de orientação de atividade física e nutricional sobre a ingestão alimentar e composição corporal de mulheres fisicamente ativas de 50 a 72 anos de idade. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v. 11 n. 1 p. 35-40, jan, 2003.
- Philippi ST, Latterza AR, Cruz ATR, Ribeiro LC. Pirâmide Alimentar Adaptada: Guia para escolha dos alimentos. Rev. Nutr., Campinas, 12(1): 65-80, jan./abr., 1999.
- Costa I.P. Hospital Geral Waldemar Alcântara . Protocolo de Insuficiência Cardíaca (IC), p.1, 2006)
- Saúde pública e mudanças de comportamento: uma questão contemporânea. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 15(2):423-425, abr-jun, 1999.
-RGNutri
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