Suplementação de Arginina e Fadiga

Fadiga é fenômeno conhecido pela diminuição da capacidade do desempenho músculo-esquelético e da velocidade de relaxamento, indução de alterações nas características contráteis do músculo e das propriedades elétricas que geram disfunções no sistema neuromuscular humano durante a atividade física intensa, com conseqüente perda do rendimento esportivo.

Assim, com a preocupação de melhorar o desempenho físico, os mais diversos recursos têm sido propostos nos últimos anos. Alguns estudos têm dado especial atenção ao uso de suplementação de aminoácidos conhecidos por induzir beneficamente mudanças metabólicas. Dentre estes aminoácidos, a suplementação de arginina tem sido proposta por algumas evidências.

A arginina é o aminoácido precursor do óxido nítrico (NO), uréia, ornitina e agmatina, necessária à síntese de creatina e pode ser usada para a síntese de poliaminas, citrulina e glutamato.

Por ser precursora do óxido nítrico (que tem efeito relaxador dos vasos sanguíneos), a suposta ação ergogênica da arginina é baseada no aumento da vasodilatação em algumas condições de exercício. O NO é um que consiste na ligação co-valente entre um átomo de nitrogênio e um átomo de oxigênio. A vasodilatação de arteríolas músculo-esqueléticas, em resposta ao exercício, aumenta o fornecimento de nutrientes e oxigênio aos músculos que estão sendo solicitados durante a movimentação, desencadeando mecanismos como: o aumento da perfusão sangüínea – facilitando o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos; a maior oferta de glicose para o músculo em atividade – proporcionando mais substrato energético para a contração muscular; e a redução da concentração plasmática de amônia e lactato – retardando a fadiga e diminuindo o desconforto provocado pelo acúmulo desses catabólitos na musculatura.

Poucos estudos mostram que a suplementação de arginina pode estimular a liberação de hormônios como a prolactina, insulina e hormônio do crescimento (GH), os quais estão diretamente relacionados à melhora da força contrátil, através de uma maior síntese de proteínas musculares em períodos de administração mais prolongados quando realizada concomitantemente a um programa de exercícios resistidos.

Para se manter a concentração plasmática de arginina normal ou levemente elevada pode ser utilizado de 100 a 500mg/kg de peso por dia. A dosagem da suplementação de arginina nos estudos realizados com atletas varia de 1,5 a 3,0g/dia.

Ainda há controvérsias em relação ao uso deste aminoácido devido à falta de consistência nos resultados dos estudos no que diz respeito às respostas fisiológicas e metabólicas. Além disso, existe uma variabilidade de soluções e dosagens utilizadas, protocolos e técnicas de análise.

Assim sendo, mais pesquisas são necessárias para confirmar seus reais efeitos como agentes ergogênicos em atletas.

Referências Bibliográficas:
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Schaefer A, Piquard F, Geny B, Doutreleau S, Lampert E, Mettaure B, et al. LArginine reduce exercise-induced increase in plasma lactate and ammonia. Int J Sports Med 2002;23:403-7.

Nabholz TV. Nutrição Esportiva. Aspectos relacionados à suplementação nutricional. 1ª ed. São Paulo: Sarvier, p. 193-199, 2007.
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