Como a dieta enteral influi no índice glicêmico?


Situações de hiperglicemia (decorrentes de estresse ou diabetes) podem resultar em complicações, que devem ser prevenidas pelo controle glicêmico adequado. Pelo fato de que a oferta de nutrientes pela via enteral pode acelerar sua absorção, o controle glicêmico pode ser difícil em diabéticos em uso de terapia nutricional enteral (TNE) (1).

Porque o tipo de nutriente pode influir no índice glicêmico de uma dieta, tem-se estudado quais formulações enterais seriam mais adequadas para o paciente diabético. As fibras, por exemplo, quando utilizadas em TNE, facilitam o controle glicêmico (2). A presença das gorduras nas formulações minimiza os picos glicêmicos após a administração da NE (3). Há estudos demonstrando que pacientes com uso prolongado de TNE enriquecida com ácidos graxos monoinsaturados têm melhor controle da glicemia se comparados aos que utilizam fórmulas ricas em carboidratos (4).

Uma boa conduta dietética pode ser a substituição parcial de carboidratos pelos ácidos graxos monoinsaturados nas fórmulas enterais para controlar a glicemia, principalmente em pacientes portadores do diabetes tipo II. Também a fibras solúveis, assim como as gorduras, influenciam no índice glicêmico da formulação, evitando assim os picos glicêmicos pós-prandiais e colaborando no controle da glicemia. (5)


Referência (s)

1. Celaya S, Sanz A, Homs C, et al. Experience with an enteral diet with fiber and a high fat content in ICU patients with glucose intolerance. Nutr Hosp. 1992;7(4):260-9.

2. Coulston AM. Clinical experience with modified enteral formulas for patients with diabetes. Clin Nutr. 1998;17(Suppl 2):46-56.

3. Sanz-Paris A, Calvo L, Guallard A, et al. High-fat versus high-carbohydrate enteral formulae: effect on blood glucose, C-peptide, and ketones in patients with type 2 diabetes treated with insulin or sulfonylurea. Nutrition. 1998;14(11-12):840-5.

4. Sanz Paris A. Diabetes and nutrition. Nutr Hosp. 2000;(15 Suppl 1):58-68.

5. Baxter YC, Waitzberg DL, Pinotti HW, et al. In: Waitzberg DL, editor. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. São Paulo: Atheneu; 2001. p. 677-95.

Fonte: NUTRITOTAL
Créditos: NutriçãoSadia. Tecnologia do Blogger.