O consumo de edulcorantes artificiais é seguro?

Os edulcorantes artificiais não são absorvidos pelo nosso corpo e não contêm calorias (ou energia insignificante, no caso do aspartame), portanto podem fazer parte de dietas para redução ou manutenção do peso, além de ajudar a saúde bucal. O gosto doce ajuda a mascarar gostos desagradáveis e torna apto o desenvolvimento de alimentos, medicamentos e outros produtos para a saúde mais palatáveis.

O primeiro edulcorante artificial a ser sintetizado, em 1879, foi a sacarina, com gosto extremamente doce e sabor residual amargo. Na década de 1950, foi desenvolvido o ciclamato, com gosto melhor do que a sacarina. Contudo, o melhor resultado de sabor e poder de adoçante foi obtido com a mistura dos dois edulcorantes. Passaram a ser vendidos com grande sucesso na forma de adoçantes líquidos, tabletes e adicionados a bebidas gasosas. Dando continuidade à chamada “primeira geração de adoçantes”, em 1981, foi desenvolvido o aspartame. A partir de então, surgiu a “nova geração” ou “segunda geração de adoçantes”, que inclui o acelsulfame-K, sucralose, alitame e neotame.

A partir do momento em que entraram para o mercado, os edulcorantes artificiais também passaram a ser alvo de pesquisas. Diversos autores realizaram experimentos com animais recebendo doses altíssimas de edulcorantes para observar seus possíveis efeitos, sendo a principal suspeita o desenvolvimento de câncer.

Os estudos ainda não podem afirmar com certeza que os edulcorantes causem câncer, seja pela quantidade pequena de amostra ou por resultados não significativos. Entretanto, o FDA (Food and Drug Administration – agência federal norte-americana responsável por assegurar a segurança dos alimentos) suspeitou que o ciclamato pudesse causar câncer de bexiga em experiências realizadas com animais, o que o levou a banir o uso do ciclamato nos Estados Unidos, em 1970. Outros países como Reino Unido e Canadá também retiraram o ciclamato do mercado. Na América Latina, no entanto, não há a proibição contra o ciclamato, que continua sendo usado principalmente em combinação com outros edulcorantes.

Essa combinação é um dos motivos pelos quais não se pode afirmar que a causa do câncer de bexiga seja exclusivamente o ciclamato.

Para todos os aditivos, incluindo os edulcorantes artificiais, o FDA determina limites de consumo diário (as ADI, do inglês acceptable daily intake), que são definidos pela quantidade que pode ser consumida com segurança por toda a vida de uma pessoa, sem qualquer efeito adverso.

Devemos esperar por pesquisas com resultados mais concretos antes de afirmar ou não que os edulcorantes artificiais podem causar malefícios à saúde. Por ora, o consumo destas substâncias deve estar dentro das quantidades estabelecidas.


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Imagem Ilustrativa: http://www.cdbh.com.br/wp-content/uploads/2009/07/sucralose.jpg
Fonte: Nutritotal
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