Estudo da Anvisa mostra grande quantidade de sódio em alimentos

Agência chama atenção para a diferença de teor de sódio entre marcas do mesmo tipo de alimentos. Ao comer uma porção de macarrão instantâneo, a pessoa ingere 167% do sódio recomendado para um dia.

A quantidade de sódio encontrado na batata palha pode variar em até 14 vezes de marca para marca. Já nos salgadinhos de milho, essa diferença chega a 12,5. É o que revela estudo apresentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quinta-feira (18), em Brasília. O estudo verificou a quantidade de sódio, gordura saturada, gordura trans e açúcares em mais de 20 categorias de alimentos industrializados.

O macarrão instantâneo com tempero também chamou atenção pela grande quantidade de sódio encontrada. "Em algumas amostras ficou constatado que, ao comer uma única porção desse alimento, a pessoa está ingerindo 167% do sódio recomendado para ser consumido durante todo dia", explica a diretora da Anvisa Maria Cecília Brito. Quando analisados isoladamente, o macarrão instantâneo e os seus temperos, além da grande quantidade de sódio, apresentam uma grande oscilação desses teores de marca para marca. A variação chega a 7,5 vezes na quantidade de sódio nos macarrões instantâneos e a 7,2 nos temperos.

De acordo com Maria Cecília, essa diferença encontrada nas diferentes marcas de alimentos comprova que é possível a indústria produzir alimentos mais saudáveis. “Vamos encaminhar essa pesquisa para o Ministério da Saúde, para que seja pactuado entre governo federal e as indústrias de alimentos uma redução das quantidades de gorduras, açúcar e sal nos alimentos processados”, afirma a diretora da Anvisa.

Bebidas
A pesquisa da Anvisa também mostrou que os níveis de sódio dos refrigerantes de baixa caloria, tanto a base de cola quanto a base de guaraná, apresentam maiores valores de sódio em relação aos refrigerantes comuns. Nos refrigerantes de cola, por exemplo, a média dos teores sódio encontrada foi de 54mg/l, enquanto nos refrigerantes de cola de baixa caloria essa média foi de 97mg/l.

Já nos refrigerantes de guaraná, os valores médios de sódio encontrados no produto convencional e no de baixa caloria foram 81 mg/l e 147 mg/l, respectivamente. "Esses valores mais altos podem ser explicados pelo uso de aditivos, como o ciclamato de sódio, nos produtos de baixa caloria. Entretanto, é preciso considerar que existem limites estabelecidos e que a quantidade utilizada dessas substâncias não representa um risco para a saúde", afirma Maria Cecília.

No caso dos sucos, bebidas com concentração de polpa da fruta entre 30 e 50%, a pesquisa indicou menor quantidade de açúcar nas amostras de suco de manga (9,8g/100ml) e maior no suco de uva (14,5 g/100 ml). Já para os néctares, bebidas com concentração de poupa de fruta entre 20 e 30%, os menores índices de açúcares totais foram encontrados nos sabores de laranja, maçã e pêssego com uma média em torno de 11g/100ml. Já os néctares de uva são os campeões em teores de açúcares totais com índices que chegam à 14g/100ml.

Gorduras
Para gorduras saturadas, chama atenção a grande quantidade de marcas com teores superiores à média encontrada na respectiva categoria. No caso das batatas fritas, 17 das 28 marcas analisadas estavam com teores de gordura saturada acima da média. Nas batatas palhas, 55% das marcas analisadas estavam com teores de gorduras saturadas com valores superiores à média desse nutriente para o respectivo produto. Já nos salgadinhos de milho, o maior valor encontrado de gordura saturada (2,6g/25g) foi dez vezes maior que o valor mínimo (0,25g/25g). Nos biscoitos, o que apresentou os maiores teores de gorduras, tanto saturadas quanto trans, foram os de polvilho. "Com essas informações em mãos, que apontam tanto uma variação de nutrientes dentro de uma mesma categoria de alimentos, quanto entre categorias diferentes, fica mais clara a necessidade de o consumidor observar com atenção as tabelas nutricionais nos rótulos dos alimentos e optar por alimentos mais saudáveis", diz a diretora da Anvisa.

Fortificação de farinhas
O estudo da Anvisa também analisou o teor de ferro nas farinhas de trigo e de milho. O objetivo foi verificar se a fortificação obrigatória dessas farinhas com ferro e ácido fólico estava sendo cumprida. De acordo com a Resolução RDC 344/2002 da Agência, a cada 100g de farinhas de trigo e de milho, deve haver no mínimo 4,2 mg de ferro.

Os resultados apontaram que 87% das amostras de farinha, fubá e floco de milho apresentaram teor de ferro inferior ao determinado. Já na farinha de trigo, 54% das amostras apresentaram resultados insatisfatórios.

Mortes
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não transmissíveis. O aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência renal.

No Brasil, dados do IBGE indicam que, em 2009, uma em cada três crianças na faixa de 5 a 9 anos estava com sobrepeso, sendo que a obesidade atingiu 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas. Durante o período de 1974 a 2009, a prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e de 7,6% para 19,4% no sexo feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na população adulta masculina passou de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina foi de 28,7% para
48%.

De: Saúde e Bem Estar - Época.
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