Prebióticos demonstram benefícios em neonatos de alto risco
Data: 10/12/2009
Autor(a): Iara Waitzberg Lewinski
Fotógrafo: Camila G. Marques
Os resultados desta revisão mostram que a suplementação com prebióticos é bem tolerada por neonatos pré-termos. O grupo que recebeu a suplementação apresentou maior colônia de bifidobactérias, menor colônia de bactérias patogênicas, menor tempo de trânsito gastrintestinal e fezes mais pastosas, em comparação ao dos recém-nascidos que receberam placebo.
O objetivo deste estudo foi revisar os dados encontrados na literatura científica sobre os resultados da suplementação de oligossacarídeos (contendo prebióticos) em fórmulas para neonatos pré-termo quanto aos seus efeitos na enterocolite necrosante, sepse, crescimento, colonização intestinal e características das fezes.
Só foram analisados os estudos controlados e aleatórios, com neonatos pré-termo com idade gestacional inferior a 37 semanas, que compararam o uso de suplementação com prebióticos versus placebo ou fórmula infantil sem suplementação. Os prebióticos utilizados poderiam ser o galactooligossacarídeos (GOS) ou o frutooligossacarídeo (FOS), dentro dos primeiros 28 dias de vida do recém-nascido e pelo tempo mínimo de duas semanas.
“A dose de prebiótico utilizada nos estudos variou entre 0,4 e 1,0 g/dl de fórmula. O Comitê Científico Europeu em Alimentação recomenda a dose máxima de 0,8 g de oligossacarídeos por 100 ml de fórmula infantil”, salientam os autores.
Após a filtragem pelos critérios de inclusão, apenas quatro estudos foram analisados. Nenhum dos trabalhos planejou avaliar o efeito do prebiótico na incidência de enterocolite necrosante e sepse. Também não foi observada diferença significativa em relação ao ganho de peso entre o grupo com prebióticos versus grupo controle.
Os autores de dois estudos relataram não haver diferença na incidência de sintomas de intolerância ao tratamento, como choro excessivo, irritabilidade, vômitos e diarreia. Os outros estudos, que analisaram as colônias bacterianas fecais, observaram aumento das bifidobactérias e menores colônias de bactérias patogênicas no grupo suplementado com prebióticos. Este grupo também apresentou fezes mais frequentes e pastosas, semelhantes às dos bebês que recebem aleitamento materno e trânsito gastrintestinal mais curto.
“Nossos resultados estão baseados em apenas quatro estudos pequenos. As evidências disponíveis são insuficientes para conclusões concretas e não suportam a suplementação rotineira de fórmulas infantis com prebióticos”, dizem os autores.
“A proposta da suplementação com prebióticos é melhorar as consequências clínicas (como enterocolite necrosante e sepse) em neonatos pré-termo de alto risco. Nossos resultados indicam a necessidade de trabalhos maiores que avaliem estas variantes. É importante notar que os estudos foram conduzidos em neonatos alimentados com fórmulas infantis. O leite materno continua sendo a primeira escolha para a alimentação de neonatos de alto-risco, devido à extensa lista de componentes benéficos, incluindo os oligossacarídeos”, concluem os autores.
Referência(s)
Srinivasjois R, Rao S, Patole S. Prebiotic supplementation of formula in preterm neonates: a systematic review and meta-analysis of randomised controlles trials. Clinical Nutrition. 2009;28(3):237-42.
NUTRITOTAL - www.nutritotal.com.br
Autor(a): Iara Waitzberg Lewinski
Fotógrafo: Camila G. Marques
Os resultados desta revisão mostram que a suplementação com prebióticos é bem tolerada por neonatos pré-termos. O grupo que recebeu a suplementação apresentou maior colônia de bifidobactérias, menor colônia de bactérias patogênicas, menor tempo de trânsito gastrintestinal e fezes mais pastosas, em comparação ao dos recém-nascidos que receberam placebo.
O objetivo deste estudo foi revisar os dados encontrados na literatura científica sobre os resultados da suplementação de oligossacarídeos (contendo prebióticos) em fórmulas para neonatos pré-termo quanto aos seus efeitos na enterocolite necrosante, sepse, crescimento, colonização intestinal e características das fezes.
Só foram analisados os estudos controlados e aleatórios, com neonatos pré-termo com idade gestacional inferior a 37 semanas, que compararam o uso de suplementação com prebióticos versus placebo ou fórmula infantil sem suplementação. Os prebióticos utilizados poderiam ser o galactooligossacarídeos (GOS) ou o frutooligossacarídeo (FOS), dentro dos primeiros 28 dias de vida do recém-nascido e pelo tempo mínimo de duas semanas.
“A dose de prebiótico utilizada nos estudos variou entre 0,4 e 1,0 g/dl de fórmula. O Comitê Científico Europeu em Alimentação recomenda a dose máxima de 0,8 g de oligossacarídeos por 100 ml de fórmula infantil”, salientam os autores.
Após a filtragem pelos critérios de inclusão, apenas quatro estudos foram analisados. Nenhum dos trabalhos planejou avaliar o efeito do prebiótico na incidência de enterocolite necrosante e sepse. Também não foi observada diferença significativa em relação ao ganho de peso entre o grupo com prebióticos versus grupo controle.
Os autores de dois estudos relataram não haver diferença na incidência de sintomas de intolerância ao tratamento, como choro excessivo, irritabilidade, vômitos e diarreia. Os outros estudos, que analisaram as colônias bacterianas fecais, observaram aumento das bifidobactérias e menores colônias de bactérias patogênicas no grupo suplementado com prebióticos. Este grupo também apresentou fezes mais frequentes e pastosas, semelhantes às dos bebês que recebem aleitamento materno e trânsito gastrintestinal mais curto.
“Nossos resultados estão baseados em apenas quatro estudos pequenos. As evidências disponíveis são insuficientes para conclusões concretas e não suportam a suplementação rotineira de fórmulas infantis com prebióticos”, dizem os autores.
“A proposta da suplementação com prebióticos é melhorar as consequências clínicas (como enterocolite necrosante e sepse) em neonatos pré-termo de alto risco. Nossos resultados indicam a necessidade de trabalhos maiores que avaliem estas variantes. É importante notar que os estudos foram conduzidos em neonatos alimentados com fórmulas infantis. O leite materno continua sendo a primeira escolha para a alimentação de neonatos de alto-risco, devido à extensa lista de componentes benéficos, incluindo os oligossacarídeos”, concluem os autores.
Referência(s)
Srinivasjois R, Rao S, Patole S. Prebiotic supplementation of formula in preterm neonates: a systematic review and meta-analysis of randomised controlles trials. Clinical Nutrition. 2009;28(3):237-42.
NUTRITOTAL - www.nutritotal.com.br
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