Queda Acelerada na Desnutrição Infantil no Nordeste.
Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP revela que o índice de desnutrição infantil no Nordeste brasileiro caiu de 33,9% em 1986 para 5,9% em 2006.
Os principais fatores associados à redução apontados pelo estudo são o aumento do poder aquisitivo familiar e a ampliação da escolaridade média das mães.
Segundo a nutricionista Ana Lucia Lovadino de Lima, uma das autoras do trabalho, a queda se acentuou depois de 1996 e poderá atingir índices ainda menores nos próximos anos se forem mantidas as políticas de transferência de renda e o acesso a serviços básicos como saúde, educação e saneamento básico for ampliado.
O estudo se baseou nas Pesquisas Nacionais de Demografia e Saúde (PNDS) realizadas no Brasil nos anos de 1986, 1996 e 2006. “A partir das informações sobre crianças menores de cinco anos e de suas mães, a variação nos índices foi avaliada com base em cinco determinantes essenciais na questão da desnutrição infantil”, conta Ana Lucia. Os fatores analisados como determinantes foram a assistência à saúde, a presença de esgoto e água canalizada no domicílio, a escolaridade da mãe, o poder aquisitivo familiar e os antecedentes reprodutivos da criança.
Entre 1986 e 1996, o nível de desnutrição caiu de 33,9% para 22,2%, devido principalmente a melhoria da escolaridade materna e do acesso ao saneamento básico (rede de água e esgoto). “A assistência à saúde e os antecedentes reprodutivos tiveram menor influência”, diz a nutricionista, “e o poder aquisitivo familiar foi o fator menos importante nessa redução devido a realidade econômica observada no período.”
Aceleração
A queda da desnutrição se acelerou entre 1996 e 2006, e o índice chegou a 5,9%, sendo que as melhorias observadas no poder aquisitivo familiar e na escolaridade materna foram os fatores que mais contribuíram. “Nesse período foram implantadas políticas de estabilidade econômica, de transferência de renda e de acesso à educação que contribuíram de forma muito importante para a redução da prevalência da desnutrição infantil na região Nordeste”, afirma Ana Lúcia.
De acordo com a nutricionista, se a queda da desnutrição infantil no Nordeste brasileiro mantiver o mesmo ritmo acelerado, dentro de aproximadamente dez anos o índice chegará ao nível considerado aceitável para uma população saudável, que é de 2,3%. “Para que essa tendência se mantenha, é necessária a continuidade das políticas públicas de aumento da renda da população mais pobre, além de maiores investimentos em saúde, educação e em saneamento”, conclui.[1]
O estudo, realizado em parceria com Ana Carolina Feldenheimer da Silva, Silvia Cristina Konno, Wolney Lisboa Conde e Maria Helena D’Aquino Benicio, foi publicado na edição de fevereiro da Revista de Saúde Pública, editada pela FSP. A pesquisa teve a coordenação do professor Carlos Augusto Monteiro, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e do Departamento de Nutrição da FSP.
Fonte: Redação Segs
http://www.segs.com.br/
Os principais fatores associados à redução apontados pelo estudo são o aumento do poder aquisitivo familiar e a ampliação da escolaridade média das mães.
Segundo a nutricionista Ana Lucia Lovadino de Lima, uma das autoras do trabalho, a queda se acentuou depois de 1996 e poderá atingir índices ainda menores nos próximos anos se forem mantidas as políticas de transferência de renda e o acesso a serviços básicos como saúde, educação e saneamento básico for ampliado.
O estudo se baseou nas Pesquisas Nacionais de Demografia e Saúde (PNDS) realizadas no Brasil nos anos de 1986, 1996 e 2006. “A partir das informações sobre crianças menores de cinco anos e de suas mães, a variação nos índices foi avaliada com base em cinco determinantes essenciais na questão da desnutrição infantil”, conta Ana Lucia. Os fatores analisados como determinantes foram a assistência à saúde, a presença de esgoto e água canalizada no domicílio, a escolaridade da mãe, o poder aquisitivo familiar e os antecedentes reprodutivos da criança.
Entre 1986 e 1996, o nível de desnutrição caiu de 33,9% para 22,2%, devido principalmente a melhoria da escolaridade materna e do acesso ao saneamento básico (rede de água e esgoto). “A assistência à saúde e os antecedentes reprodutivos tiveram menor influência”, diz a nutricionista, “e o poder aquisitivo familiar foi o fator menos importante nessa redução devido a realidade econômica observada no período.”
Aceleração
A queda da desnutrição se acelerou entre 1996 e 2006, e o índice chegou a 5,9%, sendo que as melhorias observadas no poder aquisitivo familiar e na escolaridade materna foram os fatores que mais contribuíram. “Nesse período foram implantadas políticas de estabilidade econômica, de transferência de renda e de acesso à educação que contribuíram de forma muito importante para a redução da prevalência da desnutrição infantil na região Nordeste”, afirma Ana Lúcia.
De acordo com a nutricionista, se a queda da desnutrição infantil no Nordeste brasileiro mantiver o mesmo ritmo acelerado, dentro de aproximadamente dez anos o índice chegará ao nível considerado aceitável para uma população saudável, que é de 2,3%. “Para que essa tendência se mantenha, é necessária a continuidade das políticas públicas de aumento da renda da população mais pobre, além de maiores investimentos em saúde, educação e em saneamento”, conclui.[1]
O estudo, realizado em parceria com Ana Carolina Feldenheimer da Silva, Silvia Cristina Konno, Wolney Lisboa Conde e Maria Helena D’Aquino Benicio, foi publicado na edição de fevereiro da Revista de Saúde Pública, editada pela FSP. A pesquisa teve a coordenação do professor Carlos Augusto Monteiro, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e do Departamento de Nutrição da FSP.
Fonte: Redação Segs
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