Dicas para esta Páscoa! Quais os melhores chocolates? Quais seus benefícios?

Na Páscoa, opte pelo chocolate amargo e fuja do branco e do trufado. Ainda faltam alguns dias para a chegada da Páscoa, mas o pecado da gula já ronda muita gente. Para você não se deparar com resultados desastrosos depois do feriado, o R7 dá dicas para uma alimentação mais leve, sem abrir mão das tradicionais delícias - começando pelo chocolate.

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Resistindo às tentações - De acordo com a nutricionista Marcia Curzio, de São Paulo, o chocolate é considerado saudável e nutritivo, mas deve ser consumido com moderação. A recomendação de consumo médio é de 30 gramas por dia, cerca de 160 calorias. Os tipos também influenciam no valor nutricional do doce. O chocolates meio amargo e amargo são os mais saudáveis. Por possuírem alta concentração de cacau (acima de 70%), são ricos em flavonoides, nutrientes que têm ação antioxidante e ajudam a manter o coração e as células saudáveis. A regra é: quanto mais escuro o chocolate, mais flavonoides ele tem, portanto mais saudável. Na Páscoa, a especialista aconselha a evitar os ovos trufados com musse, marshmallow e crocantes, pois estes ingredientes têm alto teor de gorduras e calorias. A nutricionista Mariana Fróes, do Rio de Janeiro, dá outra dica: evitar o chocolate branco. O chocolate branco é mais calórico e gorduroso, já que sua composição é feita a partir da manteiga de cacau. Além disso, não tem ação antioxidante como os outros tipos. Mariana diz que, para tentar driblar a vontade de devorar chocolate, o ideal é não ficar mais de três horas sem comer.

Qualidades do Chocolate Amargo - Journal of the American Medical Association


Todos já sabem que o chocolate é rico em calorias e gorduras saturadas podendo contribuir para o aumento dos níveis de colesterol, riscos de doenças cardiovasculares e aumento de peso quando consumido em grandes quantidades. No entanto, a ciência trás boas notícias para os que apreciam o chocolate amargo. Segundo um estudo publicado no “Journal of the American Medical Association” (2003), duas barras pequenas (10g cada) de chocolate amargo ao dia podem reduzir a pressão arterial em hipertensos e diminuir os riscos de infartos e derrames. Este dado foi comprovado por um estudo conduzido pela “Universidade de Glasgow” e “Instituto Nacional para Pesquisa de Alimentos e Nutrição “ (Itália,2003) com 12 voluntários, no qual a presença de antioxidantes foi aumentada em 20% nos indivíduos que ingeriram 100 gramas de chocolate meio amargo, em relação ao grupo que ingeriu chocolate ao leite. Segundo o estudo, a presença de leite no chocolate interfere na capacidade de absorção dos antioxidantes podendo neutralizar seus benefícios.

Produção de Radicais Livres e Doenças Cardiovasculares


Uma maior ingestão de antioxidantes reduz a taxa de radicais livres na corrente sanguínea, cuja concentração está relacionada a doenças cardiovasculares e alguns tumores. Somente o chocolate amargo possui uma grande concentração de cacau de onde provém os flavonóides e o polifenol, substâncias com poderes antioxidantes que reduzem o depósito de placas de gordura nas artérias prevenindo infartos e derrames. Em média, o chocolate amargo possui o triplo de antioxidantes do que o chocolate ao leite e branco. No entanto, vale lembrar que os possíveis benefícios do chocolate meio amargo referem-se a uma quantidade limitada, ou seja, exagerar no chocolate pode provocar efeitos indesejáveis à saúde devido a sua elevada concentração de gorduras saturadas e açúcar simples.

Cacau melhora realmente a função endotelial e a pressão sanguínea?

A ingestão de chocolate amargo e cacau melhora significativamente a função endotelial e a pressão sanguínea em adultos saudáveis com sobrepeso. A grande quantidade de flavonóides encontrada no cacau e em alguns tipos de chocolate contribui beneficamente para a saúde cardiovascular, uma vez que os flavonóides são antioxidantes naturais, que têm a propriedade de intensificar a função endotelial por meio da ativação do sistema de síntese do óxido nítrico e da diminuição de coágulos nos vasos sanguíneos. Estas informações foram reveladas por estudo realizado em duas fases, contando com a participação de 45 indivíduos adultos e saudáveis, com média de idade de 53 anos e média de índice de massa corpórea de 30 kg/m. Na fase 1, os indivíduos foram divididos em dois grupos, para o consumo de duas seqüências possíveis: uma barra de chocolate amargo (contendo 22g de cacau em pó) e uma barra de chocolate placebo (contendo 0g de cacau em pó). Na fase 2, os indivíduos foram divididos em três grupos, para consumir as três seqüências possíveis: cacau sem açúcar (22g de cacau em pó), cacau com açúcar (22g de cacau) e placebo (0g de cacau). No início e no fim de cada seqüência do estudo, houve mensuração de peso, altura e pressão sanguínea dos indivíduos. A função endotelial também foi testada em dois momentos: em jejum matinal de oito horas e duas horas após cada seqüência do tratamento.

Os resultados obtidos na fase 1 associaram a ingestão de chocolate amargo à melhora da função endotelial e diminuição da pressão arterial. A pressão sanguínea dos pacientes apresentou queda em comparação com a ingestão de placebo (sistólica: -3,2 ± 5,8 mmHg comparado com 2,7 ± 6,6 mmHg; diastólica: -1,4 ± 3,9 mmHg comparado com 2,7 ± 6,4 mmHg). A função endotelial foi beneficiada após o consumo da barra de chocolate amargo e, comparada com a ingestão de placebo, apresentou o seguinte resultado: 4,3 ± 3,4% comparado com -1,8 ± 3,3% (dados mensurados em dilatação mediada pelo fluxo da artéria braquial). Na fase 2, as ingestões de cacau com açúcar e cacau sem açúcar apresentaram resultados diferentes. Comparada com a ingestão de placebo, a função endotelial após o consumo de cacau sem açúcar foi significativamente melhor que a do consumo de cacau com açúcar (5,7 ± 2,6% e 2,0 ± 1,8% respectivamente comparado com 1,5 ± 2,8%). Além disso, o consumo de cacau sem açúcar levou a uma significativa queda na pressão arterial (sistólica: -2,1 ± 7,0 mmHg comparado com 3,2 ± 5,6 mmHg; diastólica: -1,2 ± 8,7 mmHg comparado com 2,8 ± 5,6), ao passo que não foram observadas alterações na pressão arterial após o consumo de cacau com açúcar.

Este é o primeiro estudo a relacionar a ingestão de chocolate amargo e cacau a benefícios cardiovasculares. Na ausência de açúcar, os efeitos do cacau sobre a função endotelial e a pressão sanguínea apresentam melhoras mais significativas. “Futuros estudos são claramente necessários para determinar, a longo prazo, os benefícios cardiovasculares de uma dieta de chocolate amargo e cacau sobre diversas populações”, concluem os autores do estudo.



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