Hemofilia - Conheça esta alteração genética que ocorre no sangue

A pesquisa descrita abaixo foi traduzida e adaptada pelo Dr. Vinícius Graton - nutricionista.

A hemofilia é uma alteração genética e hereditária no sangue, caracterizada por um defeito na coagulação. O sangue é feito por várias substâncias, onde cada uma tem uma função. Algumas delas são as proteínas chamadas fatores da coagulação, que ajudam a estancar as hemorragias. Esses fatores são numerados, em algarismos romanos (I a XIII) e trabalham como uma equipe, onde cada um tem seu momento de ação, passando instruções ao seguinte. A pessoa que tem hemofilia não possui um dos fatores em quantidade ou qualidade suficiente para exercer suas funções. Por isso, o sangue da pessoa com hemofilia demora mais para formar um coágulo e, quando este se forma, não é capaz de fazer o sangue parar de escorrer pelo local da lesão.

Quais são os sintomas da hemofilia? Os sintomas da hemofilia são os sangramentos, principalmente dentro das juntas e dos músculos. As pessoas com hemofilia grave têm hemorragias espontâneas, ou seja, repentinas e sem causa aparente. As simples atividades normais da vida diária como caminhar e correr podem produzir hemorragias. As hemorragias espontâneas geralmente acontecem nas partes do corpo onde há muita atividade e esforço, principalmente nas juntas (articulações). Essas lesões são chamadas de “hemartroses”. Os joelhos e tornozelos são frequentemente atingidos por hemorragias, porque suportam grande parte do peso do corpo. Outras juntas (articulações) podem também ser atingidas, como cotovelo, quadril, ombro etc. Outros locais que podem apresentar sangramento espontâneo são: a pele, os músculos e as mucosas (revestimento que cobre os orifícios naturais, como a boca). Manchas roxas na pele são chamadas equimoses. Se ocorrerem no tecido subcutâneo (camada de gordura abaixo da pele) e nos músculos, gerando coleções de sangue, são chamados hematomas. Alguns hematomas são de alto risco, pois podem levar a problemas graves, como na língua, pescoço, antebraço, panturrilha e no músculo íleo-psoas. Os sintomas dos sangramentos nos músculos e juntas são: dor, inchaço e parada do movimento no local atingido (braço ou perna, por exemplo). Os sangramentos após extração dentária são também importantes e devem ser prevenidos e acompanhados por profissionais experientes em hemofilia. É importante lembrar que quando uma pessoa com hemofilia se machuca, não sangra mais rápido do que uma outra sem hemofilia, apenas fica sangrando durante um tempo maior e pode recomeçar a sangrar vários dias depois de um ferimento ou de uma cirurgia. Os cortes ou hematomas superficiais não causam maiores problemas, em geral.

Existem dois tipos de hemofilia:


- Hemofilia A, que é a mais comum e representa 80% dos casos, ocorre pela deficiência do Fator VIII (FVIII) e a Hemofilia B, que ocorre pela deficiência do Fator IX (FIX).
Fonte: Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) http://www.hemofiliabrasil.org.br/hemofilia.php

Tratamentos Disponíveis

Os tratamentos disponíveis ao mesmo que podem ajudarem muito podem também colocarem a vida dos pacientes em risco. O tratamento padrão é a infusão de um proteína produzida que ajuda o sangue a coagular. Porém em alguns pacientes o sistema imunitário combate a terapia, e em subconjunto, dispara uma reação alérgica que pode resultar em morte. Agora, pesquisadores da Universidade da Flórida e da Universidade de Central Florida planejaram uma maneira que potencialmente poderia ajudar os pacientes a desenvolver a tolerância à proteína terapêutica antes que estes venham a precisarem de tratamento.

Qual a possível solução desenvolvida? Desenvolver plantas geneticamente modificadas e encapsular a proteína de indução de tolerância dentro das paredes das células destas plantas, de modo que, quando ingerida, possa viajar incólume pelo estômago e ser liberada no intestino delgado, onde o sistema imunológico pode agir sobre a mesma. O sistema à base de plantas é de baixo custo e está sendo testado em camundongos. Eventualmente, poderia ajudar a melhor a vida de muitas pessoas que têm hemofilia e reduzir drasticamente os custos relacionados com cuidados de saúde. A abordagem também tem o potencial para uso em outras condições, como alergias e doenças auto-imunes. "Nós estamos esperando que a nossa investigação, possa no futuro resultar em terapias melhores e mais rentáveis", disse Roland Herzog, Ph.D., professor associado à pediatria, genética molecular e microbiologia na Faculdade de Medicina da UF e membro do Instituto de Genética UF, que foi um dos líderes do estudo.

Os resultados foram publicados segunda-feira na Proceedings of National Academy of Sciences.




A hemofilia é caracterizada por um defeito no gene que produz uma proteína necessária para a coagulação do sangue. As pessoas com hemofilia podem sofrer de hemorragias internas espontâneas ou hemorragias graves resultantes de pequenos ferimentos. O sexo masculino adquire a doença, que é ligada ao cromossomo X, enquanto as mulheres são "transportadores", que raramente apresentam sintomas. As duas formas da doença - a hemofilia A e B - são associados com a ausência de proteínas chamado de fator VIII e fator IX, respectivamente.
Muitas pessoas ao redor do mundo têm a doença - 1 em cada 5.000 meninos nascem com hemofilia A, a mais comum das duas formas. O tratamento da hemofilia consiste na infusão da proteína em falta no sangue do paciente. Mas em 25 por cento dos pacientes, o sistema imunológico rejeita a terapia e que faz com que os inibidores do fator de coagulação parem de desencadearem os efeitos. Na hemofilia B, até 4 por cento dos pacientes desenvolvem inibidores de proteína para a terapia e muitos desenvolvem reacções alérgicas sistêmicas graves, chamada anafilaxia, que pode ser fatal.

"Se você administra muita proteína ao paciente e esta é neutralizada, é como se você não tivesse administrado qualquer proteína", disse Thierry Vandendriessche, Ph.D., professor associado de medicina na Universidade de Leuven, na Bélgica, e presidente da Sociedade Européia de Terapia Gênica Cell. Ele não esteve envolvido no estudo. Como o tratamento em si já é uma ameaça potencial a vida do paciente, o mesmo tem que ser realizado em ambiente hospitalar, sobre supervisão médica. Isso faz com que seja caro o tratamento e muitas vezes inclui transfusões de sangue e hospitalizações, podendo custar até US $ 1 milhão. Os custos do tratamento médio é de US $ 60.000 a 150.000 dólares por ano, de acordo com a Fundação Nacional de Hemofilia (ESTADOS UNIDOS).

Para ajudar os pacientes a tolerar a terapia, os médicos tentam esgotar sistemas imunitários dos pacientes administrando a proteína terapêutica intravenosa com frequência e por longos períodos até que o corpo não responda mais pela produção de inibidores. Para encontrar uma abordagem nova e mais suave para o desenvolvimento de tolerância, Herzog e Henry Daniell, Ph.D., professor da Universidade Pegasus e Conselho de Administração Presidente da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida Central, passou as últimas duas décadas no desenvolvimento de plantas transgênicas para a produção e fornecimento de vacinas orais e as terapias imuno-tolerante. Eles inseriram o gene responsável por produzir a proteína terapêutica no genoma das plantas. Para maximizar a quantidade de proteína produzida, eles inseriram milhares de cópias dos genes em cloroplastos - os centros de produção de energia das plantas - usando um injetor do gene.

A equipe de investigação, incluindo primeiros os autores Dheeraj Verma, Ph.D., e Babak Moghimi, MD, administraram a proteína encapsulada em camundongos hemofílicos, por um período prolongado. Rodeado pelas paredes celulares de plantas rústicas, a proteína foi protegida a partir de ácidos e enzimas digestivas, enquanto viajava através do estômago. Quando o mesmo chegou com segurança no intestino delgado, bactérias agiram sobre as paredes das células, fazendo com que a proteína fosse liberada e atuasse no sistema imune induzindo a tolerância. Quando os ratos foram posteriormente tratados com a terapia intravenosa do fator de coagulação, os mesmos praticamente não produziram inibidores e alguns nem produziram. Nenhum dos ratos evoluiram para choque anafilático. Não só os ratos pré-tratados sobreviveram ao tratamento uma vez por mortal - como também tiveram um maior efeito positivo na terapia do que outros ratos.Os investigadores continuam a estudar como funciona este método, estendemos a abordagem para o tratamento de hemofilia A em ratos e, finalmente, realizar testes em seres humanos.

Proteínas utilizadas no testes em humanos serão produzidas em alface e formulados para permitir a entrega de doses padrão.


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