Como é o metabolismo da arginina?

Autor(a): Camila Garcia Marques

A arginina é um aminoácido condicionalmente essencial, pois em condições normais o organismo humano é capaz de sintetizá-lo nos rins a partir da citrulina (um outro aminoácido), que por sua vez, é proveniente do metabolismo da glutamina no intestino.

A utilização da arginina pode ocorrer por diferentes vias. Na primeira, a arginina é usada na produção de proteína corpórea. Na segunda, a arginina pode servir de substrato para a síntese de uréia e, indiretamente, também pode desempenhar papel importante no crescimento e diferenciação celular através da síntese de ornitina. Na terceira via, a arginina é convertida em óxido nítrico (nitric oxide, NO) que, além de ser é um importante neurotransmissor, possui ação citotóxica, auxiliando na destruição de microorganismos, parasitas e células tumorais. Porém, em algumas situações onde a produção de NO está aumentada, como na sepse, o excesso de NO pode ser prejudicial para o organismo por ocasionar danos teciduais. Por fim, a arginina serve de substrato para a produção de creatina.

Portanto, entende-se que, em situações normais, há um equilíbrio no catabolismo e anabolismo da arginina. Entretanto, na inflamação, ocorrem mudanças em seu metabolismo. Quando a inflamação é moderada, por exemplo, o uso da arginina pelo organismo é elevado. Para suprir a necessidade de arginina, a quebra de proteína muscular e a síntese endógena da arginina aumentam. Porém, em inflamações graves, como na sepse, a demanda de arginina é ainda maior e sua disponibilidade é reduzida. Isso ocorre devido à sua redução na ingestão alimentar, diminuição da síntese endógena da arginina, e aumento da sua utilização pelo organismo, principalmente para a produção de NO. Atualmente, discute-se se a suplementação de arginina deve ou não ser realizada em casos de sepse grave, já que pode resultar em aumento da produção de NO e, conseqüentemente, dano tecidual. Nas outras situações de inflamações moderadas, a suplementação de arginina tem sido preconizada.


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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442003000400012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acessado em 16-11-05.
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