Obesidade Juvenil
Nos últimos trinta anos, observa-se um aumento significativo na prevalência da obesidade juvenil. Um estudo realizado em todo território canadense mostrou que houve um aumento acentuado na prevalência do sobrepeso e da obesidade juvenil entre 1981 e 1996. Esse rápido aumento ocorreu também nos países da Europa Ocidental e em países de regiões como a América Latina, Sudoeste Asiático e África, locais onde as crianças são, tradicionalmente, desnutridas.
As causas da atual epidemia de obesidade juvenil não são claras. Há três causas possíveis: mutações genéticas, aumento da ingestão calórica e redução do gasto energético.
Sabe-se que a redução no tempo gasto em atividades físicas e o aumento desse em atividades sedentárias como assistir televisão e brincar com jogos no computador são fatores importantes. Em estudo realizado com mais de 4000 crianças e jovens com idade entre 8-16 anos, que participaram da pesquisa nacional (NHANES III) observou-se que a prevalência da obesidade era mais elevada entre aqueles que assistiam TV por, pelo menos, quatro horas/dia e mais baixa entre aqueles que faziam isso por, no máximo, uma hora/dia.
O tratamento não farmacológico da obesidade por meio da dieta hipocalórica e com baixa quantidade em gorduras associadas à atividade física regular constitui a base do tratamento para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares em indivíduos obesos.
Os principais efeitos do treinamento físico referem-se às adaptações metabólicas que favorecem o controle dos fatores de risco de doença cardiovascular. Pode-se dizer que a prática regular de exercício físico, apesar de não provocar perda de peso corporal tão intensa quanto a dieta hipocalórica, preserva a massa magra, atenua expressivamente outros fatores de risco cardiovascular e evita o reganho de peso.
O exercício físico adiciona um déficit calórico sinérgico à dieta hipocalórica, que produz equilíbrio energético negativo expressivo com efetiva redução da massa corporal, potencializando a diminuição da mesma. Além disso, o exercício auxilia na manutenção da massa corporal após um período de dieta hipocalórica.
Entretanto, deve-se perceber que a conduta adequada para tratar a obesidade juvenil também deve incluir mudanças na dieta e no comportamento, tanto dos jovens, como dos seus pais.
Matéria elaborada pela Equipe RGNutri
Referências
Trombetta, I.C., Suzuki, P.H. Efeito do exercício físico e dieta hipocalórica na obesidade. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 1 Supl A:12-20, 2005
Bar-Or, O. A epidemia de obesidade juvenil: A atividade física é relevante? Sports Science Exchange. Julho/Agosto/Setembro, 2003.
Cuppari, L. Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. 2ª ed. Manole, Barueri. SP, 2005
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