Triagem do estado nutricional é fundamental em pacientes com câncer
Investigação científica mostra que a perda de peso (PP) e o aumento do risco nutricional (RN) são frequentes nos pacientes oncológicos, principalmente em certos tipos de câncer.
Em reunião científica que reuniu oncologistas e nutricionistas, em Milão, na Itália, discutiu-se o impacto que a desnutrição exerce sobre os pacientes oncológicos. A partir deste encontro, surgiu a idéia de se criar um protocolo para a avaliação do estado nutricional destes pacientes, com os seguintes objetivos: definir prevalência, índice de desnutrição e RN para a realização de uma intervenção nutricional; e também investigar a relação entre paciente e tumor com a PP e os RNs.
O estudo envolveu mil pacientes oncológicos que se apresentaram nos ambulatórios de diferentes hospitais, universidades ou instituições científicas para receber o diagnóstico, terapia ou continuidade de tratamento.
O protocolo foi lançado de 2004 até 2007 e consistia na coleta dos seguintes dados dos pacientes: idade, gênero, história e tipo do tumor, tipo de tratamento e dados nutricionais (porcentagem de PP e índice de massa corporal - IMC). Os sintomas eram classificados como fadiga, anorexia, náusea/vômito, saciedade precoce, disgeusia/disosmia, odinofagia/disfagia e diarréia/constipação. Por fim, os riscos de complicações relativas à desnutrição eram avaliados através do sistema de triagem de risco nutricional (Nutritional Risc Screening), aprovado pela Sociedade Européia de Nutrição Parenteral e Enteral (European Society for Parenteral and Enteral Nutrition – ESPEN).
Sendo assim, o protocolo funcionava da seguinte maneira: se, inicialmente, o paciente apresentasse um IMC < 0 =" sem" 2 =" risco" 4 =" risco"> 5 = risco alto. Para os pacientes com mais de 70 anos, um ponto extra era adicionado ao final da soma. “Para uma pontuação ≥ 3 já vale a pena requerer uma avaliação nutricional mais profunda, para a realização de uma melhor intervenção nutricional”, dizem os autores.
Os pacientes avaliados possuíam tumores sólidos e tinham em média 64 anos, sendo a proporção de mulheres oito vezes maior que a de homens. A média de IMC encontrada foi igual a 23,3 Kg/m2. Uma perda significativa de peso (≥ 10 %) e um RN com pontuação ≥ 3 foram observados em 39,7 % e 33,8 % dos pacientes, respectivamente.
A PP foi maior nos pacientes que possuíam tumores em estágios mais avançados na região do trato gastrointestinal alto. Já os maiores RNs foram encontrados nos pacientes com câncer esofágico e pancreático. A anorexia apresentou relação direta com a PP, embora pacientes com perdas inferiores a 10% do peso corporal não fossem anoréticos. “A frequência de respostas positivas para as perguntas referentes ao estado nutricional (IMC <>
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