Cirurgia bariátrica completa 25 anos no Brasil
A obesidade é a segunda causa de morte passível de prevenção. Para combatê-la, um dos métodos utilizados é a cirurgia bariátrica, conhecida pelo público leigo como redução de estômago, que visa a reduzir o peso, melhorar as comorbidades a ela relacionadas, como diabetes, hipertensão arterial e apneia do sono e, consequentemente, trazer mais qualidade à vida do indivíduo.
Os procedimentos são vários, todos distintos e estão popularizando-se a cada dia. Prova disso é o aumento na quantidade de procedimentos realizados em todo o mundo. Para se ter uma ideia, enquanto em 1998, nos Estados Unidos, foram realizadas 13.365 cirurgias deste tipo, o número subiu para 200 mil em 2007.
Mas isso não significa que todo paciente com sobrepeso pode submeter-se à operação. Existem determinações legais que indicam sua realização apenas em pacientes com IMC acima de 35, com obesidade 2. Abaixo disto, podem ser realizadas em condições especiais, mas a princípio, devem ser tentadas outras formas de tratamento.
Conheça as técnicas
As técnicas mais utilizadas atualmente são as cirurgias restritivas, que impedem o indivíduo de comer muito devido ao uso de um anel que restringe o estômago; as mal-absortivas, que não processa o alimento adequadamente, havendo perda de calorias e nutrientes nas fezes; e as mistas, que aliam os dois mecanismos.
Atualmente, há o desenvolvimento de cirurgias sem componentes restritivos nem malabsortivos, mas que visam a moderar os hormônios intestinais que regulam o apetite e melhoram as doenças metabólicas. São as chamadas cirurgias adaptativas e neuroendócrinas.
“Tenho a impressão de que a colocação de um anel dificultando a passagem do alimento deixará de ser usado progressivamente, uma vez que isso não é fisiológico. Precisamos compreender a resposta neuroendócrina na alimentação, as alterações nos obesos e, a partir disso, desenhar o modelo cirúrgico a fim de obter cirurgias mais fisiológicas e com menos implicações que as destes modelos clássicos”, salienta dr. Sérgio Santoro, cirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein.
Em uma dieta normal, por exemplo, o recomendado é uma ingestão protéica de 1,12g/kg de peso. Nos pacientes após três meses de cirurgia, o indicado é 0,38g/kg e, em seis meses, 0,52g/kg. Uma das razões para a restrição se explica nos dados: nos 18 meses pós-cirúrgico, 30% dos pacientes recuperam peso normal. “O tamanho do estômago é menos importante do que as pessoas pensam. Obesos não têm estômagos maiores. Na realidade, é como um balde furado, em que vale mais o tamanho do furo do que o tamanho do balde”, comenta dr. Sérgio.
Pré e pós-operatório
Antes da cirurgia, cada paciente é avaliado de forma individualizada. Para os jovens, com obesidade mórbida simples e sem comorbidades, o preparo cirúrgico é relativamente simples. As complexidades existem à medida que o peso aumenta muito, assim como a idade, além das restrições respiratórias e as doenças associadas. Em geral, utilizar os protocolos de maneira generalizada acarreta em aumento de custos, uma vez que cada paciente deve receber aquilo que necessita.
Após a cirurgia, todo o paciente necessita de acompanhamento, o que varia é a frequência. Aqueles com modelos fortemente mal-absortivos precisam de observação contínua, mais amiúde, enquanto os que não apresentam forte restrição nem má absorção normalmente têm perfis nutricionais mais saudáveis e estáveis. Deste modo, é possível espaçar mais as consultas, que podem chegar a ser anuais.
As diferenças também estão relacionadas ao método utilizado. Os modelos que têm suturas delicadas, em que as câmaras não devem ser submetidas a pressões, o cuidado dietético é muito importante.
Como nutrir?
Para a nutricionista que atende o paciente no pós-operatório é fundamental saber as diferenças entre os diversos procedimentos, tratando-os de forma individualizada.
As complicações tardias mais frequentes, diretamente causada pelas cirurgias bariátricas, são de vertentes nutricionais. Osteoporose, deficiência de elementos do complexo B, deficiência sub-clínica de zinco, obstruções intestinais e hérnias internas, referentes aos anéis implantados, são alguns deles.
Bibliografia(s)
Consenso bariátrico, Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Disponível em http://www.sbcb.org.br/pacientes_consenso_bariatrico.php. Acessado em 01/09/2009
Cirurgia Bariátrica no Âmbito do Sistema Único de Saúde: Tendências, Custos e Complicações. Disponível em:
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2917. Acessado em 01/09/2009.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/
Os procedimentos são vários, todos distintos e estão popularizando-se a cada dia. Prova disso é o aumento na quantidade de procedimentos realizados em todo o mundo. Para se ter uma ideia, enquanto em 1998, nos Estados Unidos, foram realizadas 13.365 cirurgias deste tipo, o número subiu para 200 mil em 2007.
Mas isso não significa que todo paciente com sobrepeso pode submeter-se à operação. Existem determinações legais que indicam sua realização apenas em pacientes com IMC acima de 35, com obesidade 2. Abaixo disto, podem ser realizadas em condições especiais, mas a princípio, devem ser tentadas outras formas de tratamento.
Conheça as técnicas
As técnicas mais utilizadas atualmente são as cirurgias restritivas, que impedem o indivíduo de comer muito devido ao uso de um anel que restringe o estômago; as mal-absortivas, que não processa o alimento adequadamente, havendo perda de calorias e nutrientes nas fezes; e as mistas, que aliam os dois mecanismos.
Atualmente, há o desenvolvimento de cirurgias sem componentes restritivos nem malabsortivos, mas que visam a moderar os hormônios intestinais que regulam o apetite e melhoram as doenças metabólicas. São as chamadas cirurgias adaptativas e neuroendócrinas.
“Tenho a impressão de que a colocação de um anel dificultando a passagem do alimento deixará de ser usado progressivamente, uma vez que isso não é fisiológico. Precisamos compreender a resposta neuroendócrina na alimentação, as alterações nos obesos e, a partir disso, desenhar o modelo cirúrgico a fim de obter cirurgias mais fisiológicas e com menos implicações que as destes modelos clássicos”, salienta dr. Sérgio Santoro, cirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein.
Em uma dieta normal, por exemplo, o recomendado é uma ingestão protéica de 1,12g/kg de peso. Nos pacientes após três meses de cirurgia, o indicado é 0,38g/kg e, em seis meses, 0,52g/kg. Uma das razões para a restrição se explica nos dados: nos 18 meses pós-cirúrgico, 30% dos pacientes recuperam peso normal. “O tamanho do estômago é menos importante do que as pessoas pensam. Obesos não têm estômagos maiores. Na realidade, é como um balde furado, em que vale mais o tamanho do furo do que o tamanho do balde”, comenta dr. Sérgio.
Pré e pós-operatório
Antes da cirurgia, cada paciente é avaliado de forma individualizada. Para os jovens, com obesidade mórbida simples e sem comorbidades, o preparo cirúrgico é relativamente simples. As complexidades existem à medida que o peso aumenta muito, assim como a idade, além das restrições respiratórias e as doenças associadas. Em geral, utilizar os protocolos de maneira generalizada acarreta em aumento de custos, uma vez que cada paciente deve receber aquilo que necessita.
Após a cirurgia, todo o paciente necessita de acompanhamento, o que varia é a frequência. Aqueles com modelos fortemente mal-absortivos precisam de observação contínua, mais amiúde, enquanto os que não apresentam forte restrição nem má absorção normalmente têm perfis nutricionais mais saudáveis e estáveis. Deste modo, é possível espaçar mais as consultas, que podem chegar a ser anuais.
As diferenças também estão relacionadas ao método utilizado. Os modelos que têm suturas delicadas, em que as câmaras não devem ser submetidas a pressões, o cuidado dietético é muito importante.
Como nutrir?
Para a nutricionista que atende o paciente no pós-operatório é fundamental saber as diferenças entre os diversos procedimentos, tratando-os de forma individualizada.
As complicações tardias mais frequentes, diretamente causada pelas cirurgias bariátricas, são de vertentes nutricionais. Osteoporose, deficiência de elementos do complexo B, deficiência sub-clínica de zinco, obstruções intestinais e hérnias internas, referentes aos anéis implantados, são alguns deles.
Bibliografia(s)
Consenso bariátrico, Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Disponível em http://www.sbcb.org.br/pacientes_consenso_bariatrico.php. Acessado em 01/09/2009
Cirurgia Bariátrica no Âmbito do Sistema Único de Saúde: Tendências, Custos e Complicações. Disponível em:
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2917. Acessado em 01/09/2009.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/
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