Quando os obesos surtam
O sofrimento psíquico pode levá-los a sair da realidade, diz psicóloga.
“Parece loucura, mas num mesmo dia e durante várias vezes, me sinto gorda e depois magra, em seguida gorda e depois magra de novo...às vezes me olho no espelho e não me sinto em meu corpo, penso - este corpo não é meu, não me pertence, esta não sou eu! Parece que acredito de verdade que seja possível dormir gorda e acordar magra, e não ter que passar pelo tal processo que leva tempo e que precisa de muito esforço e persistência, coisas que eu não consigo.”
O fragmento acima foi extraído do livro Obesidade e sofrimento psíquico: realidade, conscientização e prevenção, um lançamento da Editora Unifesp. É o depoimento real de uma das pacientes da autora, a psicóloga Patricia Vieira Spada. Há vários outros relatos anônimos no livro, o que nos permite conhecer algo sobre um terreno pouco explorado quando o assunto é obesidade. Patricia é psicanalista e, há muitos anos, acompanha pacientes obesos. Fez mestrado em nutrição. No pós-doutorado investiga as emoções ligadas à alimentação. É coordenadora do curso “A Psicologia nos Distúrbios Alimentares” no departamento de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Vários aspectos da obesidade já foram mencionados nesta coluna. A educação do paladar infantil, o preconceito social, a importância do preparo psicológico dos candidatos à cirurgia de redução de estômago, a perigosa transição da obesidade para a bulimia, o que os obesos precisam saber sobre a gripe suína, o valor da gordura marrom no combate ao excesso de peso, a armadilha das dietas malucas. Escrevo muito sobre obesidade porque acredito que esse é um assunto de extrema importância diante da pandemia de obesidade que estamos vivendo. Apesar disso, estou convencida de que não é informação o que falta à maioria dos obesos. É alguma outra coisa. Essa coisa pode estar escondida nos mais desconhecidos escaninhos da mente. Muitas vezes, é preciso remexê-los para emagrecer e manter o peso saudável. O olhar de Patricia sobre a obesidade é original e interessante. Com vocês, os melhores momentos da conversa que tivemos:
ÉPOCA – A sra. diz que a obesidade é sintoma. É sintoma de quê?
Patricia Vieira Spada - É sintoma e, ao mesmo tempo, doença. É reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde e provoca várias doenças associadas (comorbidades). É sintoma quando o corpo revela questões psíquicas que não estão claras ao portador de obesidade. A obesidade é chamada de endógena quando é provocada por questões orgânicas, como disfunção hormonal, tumores etc. É chamada de exógena quando resulta da associação entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais e psíquicos. Cerca de 95% dos casos de obesidade são do tipo exógeno. O sofrimento psíquico tem, portanto, muita relação com a pandemia de obesidade que estamos vivendo.
ÉPOCA – No livro, a sra. menciona que os obesos têm espaços mentais em que não há mente para pensar. O que isso significa?
Patricia - Isso não ocorre apenas com os obesos. Mas percebo que grande parte dos pacientes obesos demonstra esse funcionamento. Eles têm espaços mentais que não conseguem sentir, nem traduzir. Mais cedo ou mais tarde isso pode se transformar num sintoma. Muitas vezes o sintoma é a obesidade. Imagine um dentista especializado no tratamento de canal. Se ele usar uma agulha muito pequena, vai alcançar apenas uma parte do canal. Um pedaço ficará sem tratamento. Vai infeccionar, necrosar. Vai provocar problemas mais graves. Essa é uma analogia para que as pessoas possam entender mais ou menos como funciona o processo da psicoterapia. Muitas vezes os obesos têm falta de habilidade para pensar os próprios sentimentos. Não conseguem atribuir significado a eles. Não conseguem fazer isso porque não aprenderam ou porque não suportam a dor que esse processo envolve.
ÉPOCA – Isso pode ocorrer com qualquer pessoa. Qual é a relação disso com a obesidade?
Patricia - Todos os distúrbios alimentares (obesidade, bulimia, anorexia, etc) estão diretamente ligados ao afeto. Começamos a conhecer o mundo pela alimentação, mamando no peito da mãe. A partir dessa primeira relação com a mãe e com a alimentação muitas questões vão se desenvolver. A comida funciona como um grande colo para as pessoas que têm dificuldade de lidar com frustrações. Elas correm para o chocolate, para o fast-food, para os pacotes de bolacha. Essa frustração pode ser algo extremo (a morte de uma pessoa querida, a demissão ou a perda de um namorado) ou algo muito corriqueiro. Não existe sofrimento sem importância. Se essa coisa pequena faz a pessoa sofrer, esse sofrimento precisa ser valorizado e investigado.
ÉPOCA – A sra. diz que quem come compulsivamente ou sem pensar pode estar em surto psicótico. Não é um exagero? Em geral, associamos o surto psicótico a um quadro psiquiátrico grave...
Patricia - O que observo em muitos desses pacientes é que eles sofrem um tipo de surto psicótico. Não me refiro ao surto psicótico da forma como ele é entendido pela psiquiatria clássica. Eu me refiro a um funcionamento mental que desliga o paciente de sua realidade física. Um exemplo: as pessoas sabem que comer doce demais vai fazer mal. Mas saem da realidade. Negam a realidade. Esses surtos não ocorrem exclusivamente com as pessoas que comem demais. Imagine uma pessoa que já está com o cartão de crédito estourado, mas não resiste a uma liquidação. Quer continuar comprando e comprando sapatos mesmo tendo centenas de pares. O surto pode ser passageiro ou não. Alguns pacientes obesos têm lampejos de consciência da realidade. Sem tratamento, porém, esse lampejo pode levar a pessoa a comer mais ainda. A consciência de uma realidade hostil pode fazer com que ela perca a esperança. A psicoterapia pode ajudar essa pessoa a manter a consciência da realidade e lidar com ela de forma saudável.
ÉPOCA – Existe mente obesa?
Patricia - Existe um funcionamento mental obeso, assim como existe um funcionamento mental magro. O obeso não pensa no que o corpo dele precisa. Ele quer satisfazer um desejo -- e não a fome. O mesmo ocorre com os viciados em drogas. Esse comportamento pode ser modificado. Mas não é fácil e leva tempo.
ÉPOCA – Por que a sra. acredita que o funcionamento mental do obeso é parecido com o funcionamento mental do autista?
Patricia - No momento em que o obeso come exageradamente ele está realizando um desejo extremamente primitivo. É como se não existisse nada mais no mundo além daquilo que ele está vivendo. É como se ele estivesse fechado numa bolha na qual ninguém pudesse entrar. Está fechado no seu mundo. Por isso, faço a analogia com o autismo. Não existe a menor possibilidade de pensar sobre como agir. Existe apenas a necessidade de satisfazer um desejo muito primitivo. O obeso fica fechado nisso. E vai engordando, engordando.
ÉPOCA – O efeito sanfona também pode estar ligado a esses processos psicossomáticos?
Patricia - Existe relação entre as duas coisas. O obeso passa um período em surto, sai do surto e volta a ele. Às vezes o funcionamento lúcido dura mais tempo. É quando ele passa a comer mais controladamente. De repente ele entra numa fase mais difícil e volta a comer exageramente. Nossa mente é turbulenta de nascença. O corpo é como um palco. Ele sofre e reflete as cenas da psique. Quem tem tendência a engordar pode comer demais quando entra em contato com essas turbulências internas. O desafio é aprender a lidar com elas sem que o corpo sofra tanto.
ÉPOCA – Certamente o que falta aos obesos não é informação. Eles conhecem os riscos e os prejuízos da obesidade. Por que não mudam?
Patricia - O que falta não é informação. Eles não mudam porque não aprenderam a lidar com o mundo emocional. No livro comento o caso dessa paciente que se acha magra e gorda num mesmo dia. Para ela, as alucinações são realidade. Ela não se vê da forma como -- de fato -- é. Há uma fuga da realidade. Um dos focos do trabalho psicanalítico é ajudar a pessoa a conhecer e lidar com turbulências internas. Elas são como turbulências aéreas. São sensações muito assustadoras.
ÉPOCA – De que forma a psicoterapia pode ajudar os obesos?
Patricia - O trabalho do analista é captar estados emocionais do paciente, traduzi-los para si mesmo e devolver essa interpretação, de uma forma que seja palatável. Não há uma receita. Coloco minha percepção sobre o que está acontecendo. Digo que aquilo me parece tal coisa. E isso dá condições para que ele consiga digerir, processar o que está acontecendo. Nossa mente não passa só pela lógica. Aquela conversa fica no insconciente e vai causando transformações que, muitas vezes, nem o analista, nem o paciente sabe como se deram. O fato é que os pacientes melhoram, estabelecem outra relação com a comida e emagrecem.
ÉPOCA – A visão da própria obesidade pode provocar um prazer mórbido em algumas pessoas?
Patricia - Isso acontece. Alguns pacientes têm um prazer mórbido altamente secreto de se ver obeso. Quando se olham no espelho e vêem aquele monte de gordura por um momento sentem um prazer mórbido. É um prazer que está ligado à autodestruição. É preciso ter muito respeito por esses nossos lados loucos. Todos nós temos lados loucos. Com a análise, o obeso que tem esse tipo de prazer mórbido pode mudar. Na próxima vez que sentir isso, vai conseguir identificar o que é aquilo. Na outra vez, vai estranhar aquele comportamento. Na vez seguinte vai achar que aquilo não é legal. É um processo gradual.
Você concorda ou discorda de Patricia? Qual é sua relação com a comida? Conhece algum obeso que tenha surtado? Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras.)
Fonte da matéria: http://revistaepoca.globo.com/
“Parece loucura, mas num mesmo dia e durante várias vezes, me sinto gorda e depois magra, em seguida gorda e depois magra de novo...às vezes me olho no espelho e não me sinto em meu corpo, penso - este corpo não é meu, não me pertence, esta não sou eu! Parece que acredito de verdade que seja possível dormir gorda e acordar magra, e não ter que passar pelo tal processo que leva tempo e que precisa de muito esforço e persistência, coisas que eu não consigo.”
O fragmento acima foi extraído do livro Obesidade e sofrimento psíquico: realidade, conscientização e prevenção, um lançamento da Editora Unifesp. É o depoimento real de uma das pacientes da autora, a psicóloga Patricia Vieira Spada. Há vários outros relatos anônimos no livro, o que nos permite conhecer algo sobre um terreno pouco explorado quando o assunto é obesidade. Patricia é psicanalista e, há muitos anos, acompanha pacientes obesos. Fez mestrado em nutrição. No pós-doutorado investiga as emoções ligadas à alimentação. É coordenadora do curso “A Psicologia nos Distúrbios Alimentares” no departamento de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Vários aspectos da obesidade já foram mencionados nesta coluna. A educação do paladar infantil, o preconceito social, a importância do preparo psicológico dos candidatos à cirurgia de redução de estômago, a perigosa transição da obesidade para a bulimia, o que os obesos precisam saber sobre a gripe suína, o valor da gordura marrom no combate ao excesso de peso, a armadilha das dietas malucas. Escrevo muito sobre obesidade porque acredito que esse é um assunto de extrema importância diante da pandemia de obesidade que estamos vivendo. Apesar disso, estou convencida de que não é informação o que falta à maioria dos obesos. É alguma outra coisa. Essa coisa pode estar escondida nos mais desconhecidos escaninhos da mente. Muitas vezes, é preciso remexê-los para emagrecer e manter o peso saudável. O olhar de Patricia sobre a obesidade é original e interessante. Com vocês, os melhores momentos da conversa que tivemos:
ÉPOCA – A sra. diz que a obesidade é sintoma. É sintoma de quê?
Patricia Vieira Spada - É sintoma e, ao mesmo tempo, doença. É reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde e provoca várias doenças associadas (comorbidades). É sintoma quando o corpo revela questões psíquicas que não estão claras ao portador de obesidade. A obesidade é chamada de endógena quando é provocada por questões orgânicas, como disfunção hormonal, tumores etc. É chamada de exógena quando resulta da associação entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais e psíquicos. Cerca de 95% dos casos de obesidade são do tipo exógeno. O sofrimento psíquico tem, portanto, muita relação com a pandemia de obesidade que estamos vivendo.
ÉPOCA – No livro, a sra. menciona que os obesos têm espaços mentais em que não há mente para pensar. O que isso significa?
Patricia - Isso não ocorre apenas com os obesos. Mas percebo que grande parte dos pacientes obesos demonstra esse funcionamento. Eles têm espaços mentais que não conseguem sentir, nem traduzir. Mais cedo ou mais tarde isso pode se transformar num sintoma. Muitas vezes o sintoma é a obesidade. Imagine um dentista especializado no tratamento de canal. Se ele usar uma agulha muito pequena, vai alcançar apenas uma parte do canal. Um pedaço ficará sem tratamento. Vai infeccionar, necrosar. Vai provocar problemas mais graves. Essa é uma analogia para que as pessoas possam entender mais ou menos como funciona o processo da psicoterapia. Muitas vezes os obesos têm falta de habilidade para pensar os próprios sentimentos. Não conseguem atribuir significado a eles. Não conseguem fazer isso porque não aprenderam ou porque não suportam a dor que esse processo envolve.
ÉPOCA – Isso pode ocorrer com qualquer pessoa. Qual é a relação disso com a obesidade?
Patricia - Todos os distúrbios alimentares (obesidade, bulimia, anorexia, etc) estão diretamente ligados ao afeto. Começamos a conhecer o mundo pela alimentação, mamando no peito da mãe. A partir dessa primeira relação com a mãe e com a alimentação muitas questões vão se desenvolver. A comida funciona como um grande colo para as pessoas que têm dificuldade de lidar com frustrações. Elas correm para o chocolate, para o fast-food, para os pacotes de bolacha. Essa frustração pode ser algo extremo (a morte de uma pessoa querida, a demissão ou a perda de um namorado) ou algo muito corriqueiro. Não existe sofrimento sem importância. Se essa coisa pequena faz a pessoa sofrer, esse sofrimento precisa ser valorizado e investigado.
ÉPOCA – A sra. diz que quem come compulsivamente ou sem pensar pode estar em surto psicótico. Não é um exagero? Em geral, associamos o surto psicótico a um quadro psiquiátrico grave...
Patricia - O que observo em muitos desses pacientes é que eles sofrem um tipo de surto psicótico. Não me refiro ao surto psicótico da forma como ele é entendido pela psiquiatria clássica. Eu me refiro a um funcionamento mental que desliga o paciente de sua realidade física. Um exemplo: as pessoas sabem que comer doce demais vai fazer mal. Mas saem da realidade. Negam a realidade. Esses surtos não ocorrem exclusivamente com as pessoas que comem demais. Imagine uma pessoa que já está com o cartão de crédito estourado, mas não resiste a uma liquidação. Quer continuar comprando e comprando sapatos mesmo tendo centenas de pares. O surto pode ser passageiro ou não. Alguns pacientes obesos têm lampejos de consciência da realidade. Sem tratamento, porém, esse lampejo pode levar a pessoa a comer mais ainda. A consciência de uma realidade hostil pode fazer com que ela perca a esperança. A psicoterapia pode ajudar essa pessoa a manter a consciência da realidade e lidar com ela de forma saudável.
ÉPOCA – Existe mente obesa?
Patricia - Existe um funcionamento mental obeso, assim como existe um funcionamento mental magro. O obeso não pensa no que o corpo dele precisa. Ele quer satisfazer um desejo -- e não a fome. O mesmo ocorre com os viciados em drogas. Esse comportamento pode ser modificado. Mas não é fácil e leva tempo.
ÉPOCA – Por que a sra. acredita que o funcionamento mental do obeso é parecido com o funcionamento mental do autista?
Patricia - No momento em que o obeso come exageradamente ele está realizando um desejo extremamente primitivo. É como se não existisse nada mais no mundo além daquilo que ele está vivendo. É como se ele estivesse fechado numa bolha na qual ninguém pudesse entrar. Está fechado no seu mundo. Por isso, faço a analogia com o autismo. Não existe a menor possibilidade de pensar sobre como agir. Existe apenas a necessidade de satisfazer um desejo muito primitivo. O obeso fica fechado nisso. E vai engordando, engordando.
ÉPOCA – O efeito sanfona também pode estar ligado a esses processos psicossomáticos?
Patricia - Existe relação entre as duas coisas. O obeso passa um período em surto, sai do surto e volta a ele. Às vezes o funcionamento lúcido dura mais tempo. É quando ele passa a comer mais controladamente. De repente ele entra numa fase mais difícil e volta a comer exageramente. Nossa mente é turbulenta de nascença. O corpo é como um palco. Ele sofre e reflete as cenas da psique. Quem tem tendência a engordar pode comer demais quando entra em contato com essas turbulências internas. O desafio é aprender a lidar com elas sem que o corpo sofra tanto.
ÉPOCA – Certamente o que falta aos obesos não é informação. Eles conhecem os riscos e os prejuízos da obesidade. Por que não mudam?
Patricia - O que falta não é informação. Eles não mudam porque não aprenderam a lidar com o mundo emocional. No livro comento o caso dessa paciente que se acha magra e gorda num mesmo dia. Para ela, as alucinações são realidade. Ela não se vê da forma como -- de fato -- é. Há uma fuga da realidade. Um dos focos do trabalho psicanalítico é ajudar a pessoa a conhecer e lidar com turbulências internas. Elas são como turbulências aéreas. São sensações muito assustadoras.
ÉPOCA – De que forma a psicoterapia pode ajudar os obesos?
Patricia - O trabalho do analista é captar estados emocionais do paciente, traduzi-los para si mesmo e devolver essa interpretação, de uma forma que seja palatável. Não há uma receita. Coloco minha percepção sobre o que está acontecendo. Digo que aquilo me parece tal coisa. E isso dá condições para que ele consiga digerir, processar o que está acontecendo. Nossa mente não passa só pela lógica. Aquela conversa fica no insconciente e vai causando transformações que, muitas vezes, nem o analista, nem o paciente sabe como se deram. O fato é que os pacientes melhoram, estabelecem outra relação com a comida e emagrecem.
ÉPOCA – A visão da própria obesidade pode provocar um prazer mórbido em algumas pessoas?
Patricia - Isso acontece. Alguns pacientes têm um prazer mórbido altamente secreto de se ver obeso. Quando se olham no espelho e vêem aquele monte de gordura por um momento sentem um prazer mórbido. É um prazer que está ligado à autodestruição. É preciso ter muito respeito por esses nossos lados loucos. Todos nós temos lados loucos. Com a análise, o obeso que tem esse tipo de prazer mórbido pode mudar. Na próxima vez que sentir isso, vai conseguir identificar o que é aquilo. Na outra vez, vai estranhar aquele comportamento. Na vez seguinte vai achar que aquilo não é legal. É um processo gradual.
Você concorda ou discorda de Patricia? Qual é sua relação com a comida? Conhece algum obeso que tenha surtado? Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras.)
Fonte da matéria: http://revistaepoca.globo.com/
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