Alimentos Orgânicos

O termo orgânico se refere à maneira como produtores cultivam e processam produtos agrícolas, tais como frutas, verduras, cereais, laticínios e carnes. Trata-se de técnicas agrícolas que não utilizam adubos químicos ou agrotóxicos, provendo um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e é baseado na preservação dos recursos naturais (Ambiente Brasil, 2008).

O solo é a base do trabalho orgânico. Vários resíduos são reintegrados ao solo: esterco, restos de verduras, folhas, aparas, etc, sendo devolvidos aos canteiros para que sejam decompostos e transformados em nutrientes para as plantas. As técnicas de produção orgânica são destinadas a incentivar a conservação do solo e da água e reduzir a poluição (Ambiente Brasil, 2008).

O mercado mundial de orgânicos movimenta cerca de US$ 23,5 bilhões de dólares por ano, e há uma expectativa de crescimento da ordem de 20% ao ano. Neste mercado incluem-se produtos frescos, processados, industrializados e até artigos de cuidados pessoais, produzidos com matérias primas obtidas sob o sistema orgânico. De acordo com dados de Yussefi e Willer (2003), o mercado varejista mundial de alimentos e bebidas orgânicas aumentou de US$ 10 bilhões de dólares para 17,5 bilhões entre 1999 e 2000 (crescimento de 58% ao ano). Os mercados que mais cresceram nos dois últimos anos foram os do Reino Unido e dos EUA. Apesar do mercado estar crescendo a taxas consideráveis (10 à 30% nos países de alta renda), ainda é pequena a fatia que os produtos orgânicos alcançam no total das vendas (1 a 3%) (GUIVANT, 2003)

Na América Latina, alguns países têm mercados domésticos internos de produtos orgânicos em expansão, ainda que grande parte da produção seja destinada à exportação. De acordo com o Yussefi e Willer (2003), estes mercados são abastecidos através de diversas formas, entre as quais se destacam as associações de produtores rurais que comercializam em supermercados (GUIVANT, 2003)

Os principais alimentos orgânicos produzidos no Brasil são representados pela soja (31% de toda a produção orgânica) seguida de hortaliças (27%) e café (25%). A maior área plantada é com frutas (26%), depois cana (23%) e palmito (18%) (Ambiente Brasil, 2008).



Aspectos Nutricionais

Alguns autores afirmam que os alimentos orgânicos são nutricionalmente superiores aos convencionais. Algumas evidências, porém, contestam essa afirmação, não existindo consenso do ponto de vista científico. Os defensores da tese afirmam que o aumento dos nutrientes nos cultivos orgânicos seria obtido em função do uso de insumos diferenciados, compostos orgânicos, biofertilizantes, húmus de minhoca, dentre outros, excluindo-se adubos químicos e agrotóxicos, que são amplamente utilizados na agricultura convencional. Enquanto os primeiros apresentam uma gama variada de macro e micro-elementos em sua composição química, os adubos e fertilizantes sintéticos são restritos a alguns poucos elementos(Pauletti, et al, 2007).

Um estudo realizado por Smith (1993) (apud Souza, 2003), comparou os teores de macro e micro-minerais e metais pesado de alguns alimentos. Na média geral para todos os produtos, os orgânicos revelaram maiores teores de minerais e menores teores de metais pesados.
Em um estudo realizado por Paulette, et al (2007), foi possível avaliar a existência de diferenças nutricionais significativas nas amostras analisadas, apontando uma superioridade nutricional nas hortaliças cultivadas organicamente, considerando a hipótese de que práticas de manejo e insumos mais enriquecidos estejam contribuindo para esta situação.

WEIBEL et. al. (1998), apud in Paulette, (2007) em estudo realizado na Suíça, compararam um tipo específico de maçãs e avaliaram parâmetros de qualidade física e química. Os resultados mostraram que para a maioria das variáveis analisadas houve similaridade entre os sistemas orgânico e convencional, sobretudo em relação à qualidade visual do produto. Entretanto, os autores destacam que as frutas orgânicas apresentaram significativamente valores mais favoráveis para alguns aspectos: 31,9% mais fósforo nas frutas frescas; 14,1% mais firmes (tempo de armazenamento 12% superior); 8,5% mais fibras; 18,6% mais compostos fenólicos (maior proteção natural ao organismo); 15,4% superior num teste de qualidade que avalia sabor e aroma, firmeza da polpa e casca; quantidade de suco e conteúdo de açúcar. Por outro lado, os autores não constataram diferenças significativas entre maçãs orgânicas e convencionais para os teores de vitaminas.

WILLIAMS, 2002 (apud in Darolt, 2003) comparou as composições de nutrientes produzidos organicamente. O que se observa, de forma geral, é uma tendência na redução do teor de nitratos e aumento no teor de vitamina C em alimentos produzidos organicamente. Para os demais nutrientes, os estudos ainda não são conclusivos.

Percebe-se que os estudos relacionados aos teores de nutrientes (vitaminas, minerais, etc.) ainda são pouco conclusivos. Enquanto alguns mostram superioridade dos orgânicos, outros mostram que não existe diferença. Por outro lado, temos que destacar que, praticamente, não foram encontrados estudos que mostram que o alimento convencional é superior ao orgânico (Darolt, 2003).

Dessa forma, mais pesquisas na área devem ser incentivadas para que tais dúvidas sejam elucidadas.

Fonte desta matéria: RGNutri - www.rgnutri.com.br

Dica NutriçãoSadia: Organismos Trangênicos
Na década de 1980 os primeiros produtos da engenharia genética chegaram às farmácias, e a insulina humana produzida em bactérias transgênicas entrou no mercado nos Estados Unidos. Na década seguinte os primeiros alimentos transgênicos começaram a ocupar as prateleiras dos supermecados norte-americanos, chineses, argentinos, canadenses e outros. Atualmente mais de cinqüenta milhões de hectares estão sendo cultivados com plantas transgênicas em todo o mundo. Apesar disso, ainda existe uma grande desconfiança por parte dos consumidores sobre a utilização dessa tecnologia. A dificuldade para entendê-la vem da necessidade de conhecimento em várias áreas e da falta de informação adequada. Em Organismos Transgênicos o autor procura mostrar e discutir como a ciência evoluiu até que essa nova tecnologia fosse gerada, iniciando pela agricultura primitiva, passando pelo nascimento da genétia, e por fim a descoberta e a modificação do código genético contido na molécula do DNA. Este livro, dedicado aos estudantes e aos profissionais de diversas áreas, esclarecerá muitas dúvidas sobre organismos transgênicos.


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