Nutrição e Levantamento de Peso


A prática esportiva do levantamento de peso começou no fim do século XIX, quando surgiram federações na França e na Rússia. A modalidade cresceu ao longo dos anos e no fim do século XX incluiu a participação de mulheres. No Brasil, foi a partir de 1910 que se iniciaram as primeiras competições de levantamento de peso. E em 1980 foi criada a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso. Neste esporte, o que determina em qual categoria encontra-se o atleta é o seu peso corporal. Na competição, a disputa é dividida em arranco (colocar o peso em cima da cabeça num único movimento) e arremesso do peso em cima dos ombros para em seguida ergue-lo sobre a cabeça. A vitória é caracterizada por quem levantar mais peso.

Atletas de levantamento de peso de alto nível dedicam entre quatro e seis horas diárias ao treinamento. Para suportar toda a carga de treinamento exigida ao longo das sessões diárias e semanais, os desportistas devem contar com a assessoria de profissionais qualificados, como treinadores, médicos, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas.

No levantamento de peso, assim como em outras modalidades categorizadas pelo peso corporal, os atletas freqüentemente limitam o consumo energético para reduzir o peso corporal, no intuito de se adequarem à categoria de peso inferior, tentando assim levar vantagem sobre os adversários. Como estes esportistas dedicam grande parte de seu tempo aos treinamentos e competições, o consumo calórico inadequado poderá resultar em problemas nutricionais, incompatíveis com a saúde e o ótimo rendimento. Em decorrência desse comprovado malefício – o déficit energético -, a dieta do atleta deve fornecer energia e todos os nutrientes essenciais ao organismo, em quantidades adequadas.

Os carboidratos são as principais fontes de energia para o corpo utilizar na hora do treino e competição. Quanto maior a intensidade e/ou tempo de duração do treino ou competição, maior será a participação dos carboidratos. De acordo com a Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a ingestão de carboidratos correspondente a 60 a 70% do aporte calórico diário atende à demanda de um treinamento esportivo. Os carboidratos são encontrados nas massas, pães, batata, mandioca, inhame, mandioquinha, frutas, grãos.

As proteínas são fundamentais na formação de massa muscular, além da produção de hormônios. Para os atletas de força, a proteína tem papel importante no fornecimento de “matéria-prima” para a síntese de tecido, sendo de 1,4 a 1,8g/kg de peso as necessidades diárias. Os alimentos fontes de proteínas são: carnes (vermelhas e branca), ovos, leite, queijos, iogurte.
Os lipídeos são importantes para os treinos de longa duração, para atingir o total de energia necessária durante o dia e para poupar o glicogênio muscular. Para a ingestão de gordura recomenda-se 30%, ou menos, do valor calórico total da dieta, sempre com moderação na gordura saturada.

A hidratação também exerce um papel muito importante na prática do esporte, pois é responsável pela manutenção da temperatura corporal e bom transporte de substâncias importantes para todo o corpo humano. A ingestão inadequada de líquidos é prejudicial ao desempenho atlético tanto em esportes de longa duração quanto nos exercícios intensos. Mesmo um grau leve de desidratação pode prejudicar a capacidade de desempenho e impedir um atleta de atingir o seu desempenho máximo.

Devemos ingerir líquidos antes, durante e após o exercício. A Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte recomenda que o atleta beba cerca de 250 a 500ml de água duas horas antes do exercício. Durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão já nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. E após o exercício, deve-se continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e sudorese.


Bibliografia

- CABRAL, C.A.C.; ROSADO, G.P.; SILVA, C.H.O.; MARINS, J.C.B. Diagnóstico do estado nutricional dos atletas da Equipe Olímpica Permanente de Levantamento de Peso do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Revista Brasileira de Medicina do Esporte v.12, n.6, p.345-350, 2006.
- Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva
- (http://www.cob.org.br/site/sobre_cob/ confederacao_interna.asp?id=18)

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