Suplementação com leucina em idosos com diabetes tipo 2


O envelhecimento é acompanhado por uma redução progressiva de massa e força da musculatura esquelética, termo conhecido como sarcopenia, o que resulta em um declínio na capacidade funcional e predispõe ao desenvolvimento de doenças crônicas, tais como obesidade e diabetes melittus tipo 2 (DM 2). Uma das principais causas da sarcopenia parece ser o distúrbio na regulação do turnover protéico muscular, fato que poderia ser compensado pelo aumento no consumo de leucina durante as refeições.

Por isso, tem sido sugerido que o aumento na quantidade de leucina em uma refeição pode ser uma estratégia dietética efetiva para aumentar a resposta de síntese protéica muscular mediada pelo consumo alimentar em idosos. Contudo, em trabalho realizado com idosos suplementando leucina por 3 meses durante as refeições, não foram observadas alterações na força e massa de músculo esquelético.

Este fato poderia ser atribuído ao curto período de intervenção e, por isso, o mesmo grupo de pesquisadores avaliou os benefícios clínicos da suplementação com leucina por 6 meses em sessenta pacientes idosos com diabetes tipo 2 (71 ± 1 anos; IMC = 27,3 ± 0,4 kg/m2). Os pacientes receberam 2,5 g L-leucina (n = 30) ou placebo (n = 30) nas refeições principais totalizando 7,5 g/d de leucina ou placebo. A composição corporal, características da fibra muscular, força muscular, homeostase de glicose e concentrações basais de aminoácidos e lipídeos séricos foram avaliados antes, durante e após a intervenção.

Os resultados mostraram que não houve alteração com relação à massa magra, ao percentual de gordura corporal, à força muscular e às características do tipo de fibra muscular entre os grupos leucina e placebo. A hemoglobina glicada plasmática não mudou ou diferiu entre os grupos e foi 7,1 ± 0,1% no grupo leucina e 7,2 ± 0,2% no grupo placebo, o que foi de encontro com os resultados de sensibilidade à ação da insulina e às concentrações de lipides plasmáticos, os quais não alteraram ou diferiram entre os grupos.

Portanto, a suplementação prolongada de leucina (7,5 g/d) também não foi capaz de modular composição corporal, massa muscular, força, controle glicêmico e lipidemia em pacientes idosos com DM2 que habitualmente consomem quantidades adequadas de proteína na dieta.

Fontes: Leenders M et al. Prolonged leucine supplementation does not augment muscle mass or affect glycemic control in elderly type 2 diabetic men. J. Nutr. 141: 1070–1076, 2011.

Verhoeven S, Vanschoonbeek K, Verdijk LB, Koopman R, Wodzig WK, Dendale P, van Loon LJ. Long-term leucine supplementation does not increase muscle mass or strength in healthy elderly men. Am J Clin Nutr. 89: 1468–75, 2009.

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