Diminuição de gordura subcutânea reduz secreção de leptina
Pesquisadores norte-americanos investigaram a relação entre a secreção de leptina e a redução de gordura subcutânea em pacientes infectados pelo HIV (human immunodeficiency virus). Este foi o primeiro estudo a relacionar a distribuição de gordura corporal e o pulso dinâmico de leptina (picos de secreção) nestes pacientes. Verificaram que, quando há redução da gordura subcutânea, ocorre também diminuição na secreção de leptina, que é um hormônio capaz de diminuir ou até bloquear a fome.
Pacientes infectados pelo HIV em geral apresentam diminuição do peso corpóreo, devido a alterações na massa gorda e na massa magra. Em razão especialmente da diminuição do tecido adiposo, ocorrem anormalidades metabólicas relacionadas com a produção de hormônios, como a leptina. A leptina é um hormônio que atua na regulação do peso corporal pela ingestão alimentar e metabolismo celular. O órgão endócrino que produz a leptina é o tecido adiposo.
No estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro foi composto por 41 pacientes infectados pelo HIV e o segundo grupo, por 20 indivíduos saudáveis (controles). A média de idade (42,7 e 42,8 anos) e índice de massa corpórea (IMC, 24,7 e 24,6 kg/m2) foram semelhantes para ambos os grupos.
Os indivíduos receberam a última refeição às 18 h para começarem a coleta de sangue a partir das 20 h até às 8 h do dia seguinte, a cada 20 min. O período foi escolhido em razão de corresponder ao pico de secreção de leptina. Pacientes aidéticos com lipodistrofia foram comparados a controles saudáveis. A lipodistrofia é uma síndrome de redistribuição de gordura, comum na aids. Ocorre deposição de gordura corpórea na região cervical, pescoço, peito, mamas (com diminuição do tecido gorduroso das coxas e braços), e diminuição da gordura subcutânea.
“Nosso estudo representa contribuição relevante, particularmente para os pacientes infectados pelo HIV com lipodistrofia, pois eles têm mais facilidade em perder a gordura subcutânea”, explicam os pesquisadores. Os autores verificaram que, para cada 1 cm2 diminuído da área abdominal de gordura subcutânea, há redução de 0,44 ng/ml na leptina. “Nesses pacientes, a secreção da leptina, os picos dos pulsos de leptina e o platô mais baixo são significativamente afetados pela composição corpórea. Em contraste, a área de gordura visceral é menos relacionada com os pulsos de leptina”, comentam.
O estudo mostrou que, mesmo com os baixos níveis de leptina sangüínea, ao qual corresponderia um aumento de apetite, o organismo humano na vigência de aids bloqueia esta ação da leptina, impedindo portanto, o apetite aumentado. A explicação para este paradoxo, de acordo com os autores, deve vir de outros estudos: “são necessárias mais investigações sobre a regulação da leptina especificamente relacionada aos depósitos de gordura nos doentes de aids, e o papel potencial desse hormônio nos pacientes que apresentam massa gordurosa subcutânea reduzida”.
Referência(s)
Koutkia P, Canavan B, Breu J, et al. Relation of leptin pulse dynamics to fat distribution in HIV-infected patients. Am J Clin Nutr. 2004;79(6):1103-9.
Acesse: http://www.nutritotal.com.br/
Pacientes infectados pelo HIV em geral apresentam diminuição do peso corpóreo, devido a alterações na massa gorda e na massa magra. Em razão especialmente da diminuição do tecido adiposo, ocorrem anormalidades metabólicas relacionadas com a produção de hormônios, como a leptina. A leptina é um hormônio que atua na regulação do peso corporal pela ingestão alimentar e metabolismo celular. O órgão endócrino que produz a leptina é o tecido adiposo.
No estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro foi composto por 41 pacientes infectados pelo HIV e o segundo grupo, por 20 indivíduos saudáveis (controles). A média de idade (42,7 e 42,8 anos) e índice de massa corpórea (IMC, 24,7 e 24,6 kg/m2) foram semelhantes para ambos os grupos.
Os indivíduos receberam a última refeição às 18 h para começarem a coleta de sangue a partir das 20 h até às 8 h do dia seguinte, a cada 20 min. O período foi escolhido em razão de corresponder ao pico de secreção de leptina. Pacientes aidéticos com lipodistrofia foram comparados a controles saudáveis. A lipodistrofia é uma síndrome de redistribuição de gordura, comum na aids. Ocorre deposição de gordura corpórea na região cervical, pescoço, peito, mamas (com diminuição do tecido gorduroso das coxas e braços), e diminuição da gordura subcutânea.
“Nosso estudo representa contribuição relevante, particularmente para os pacientes infectados pelo HIV com lipodistrofia, pois eles têm mais facilidade em perder a gordura subcutânea”, explicam os pesquisadores. Os autores verificaram que, para cada 1 cm2 diminuído da área abdominal de gordura subcutânea, há redução de 0,44 ng/ml na leptina. “Nesses pacientes, a secreção da leptina, os picos dos pulsos de leptina e o platô mais baixo são significativamente afetados pela composição corpórea. Em contraste, a área de gordura visceral é menos relacionada com os pulsos de leptina”, comentam.
O estudo mostrou que, mesmo com os baixos níveis de leptina sangüínea, ao qual corresponderia um aumento de apetite, o organismo humano na vigência de aids bloqueia esta ação da leptina, impedindo portanto, o apetite aumentado. A explicação para este paradoxo, de acordo com os autores, deve vir de outros estudos: “são necessárias mais investigações sobre a regulação da leptina especificamente relacionada aos depósitos de gordura nos doentes de aids, e o papel potencial desse hormônio nos pacientes que apresentam massa gordurosa subcutânea reduzida”.
Referência(s)
Koutkia P, Canavan B, Breu J, et al. Relation of leptin pulse dynamics to fat distribution in HIV-infected patients. Am J Clin Nutr. 2004;79(6):1103-9.
Acesse: http://www.nutritotal.com.br/
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