Fenilalanina nos Alimentos e os Instrumentos para Orientação

A feniceltonúria é uma doença relacionada a uma alteração genética rara que envolve o metabolismo de proteínas. É caracterizada por uma anomalia congênita em que a falta de uma enzima no organismo torna-o incapaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina que é encontrado naturalmente nas proteínas animais ou vegetais, como peixes, leguminosas e no aspartame. (2,4).

Quando um indivíduo ingere determinado alimento fonte de proteína, as enzimas presentes no organismo quebram estas proteínas em aminoácidos, muitos deles essencias para o corpo. Os indivíduos com feniceltonúria não possuem a quantidade adequada da enzima fenilalanina hidroxilase hepática que quebra o aminoácido fenilalanina. Portanto a pessoa com essa anomalia não pode consumir qualquer alimento que contenha fenilalanina, pois esta se acumula no organismo, já que não é possível digeri-la corretamente, podendo causar consequências graves no sistema nervoso central, como falhas ao andar e falar, microcefalia, tremor, falhas no crescimento e retardo mental. (2,4).

O diagnóstico deve ser feito no recém-nascido na triagem neonatal, chamada de “teste do pezinho”. Ainda não há cura medicamentosa da fenilcetonúria, mas o diagnóstico precoce previne as conseqüências citadas anteriormente. O acúmulo dessa substância pode se iniciar desde o nascimento, e caso não seja detectada e tratada pode ocasionar retardo mental grave, ataques epiléticos e hiperatividade. (2,4).

Por se caracterizar em uma desordem genética que dura a vida toda, o tratamento dietoterápico deve começar cedo e a dieta deve ser seguida de forma restrita e com constância ao longo da vida. (2,4).

Por isso a importância em indicar a presença dessa substância nos diferentes tipos de alimentos. Hoje o Ministério Público Federal exige que se indique a presença de fenilalanina nos rótulos de todos os alimentos.

A nova tabela de fenilalanina – é uma proposta alternativa da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) à exigência da citação sobre a presença de fenilalanina nos rótulos, que se torna inviável, já que o número de portadores de fenilcetonúria é muito baixo, em torno de um para cada 10 mil recém-nascidos. (1).

A nova Tabela de Fenilalanina deverá listar a quantidade dessa substância nos alimentos. A tabela estará disponível no prazo de um ano no site da ANVISA e também em impressos distribuídos em locais onde há o acompanhamento dos portadores da doença. (1).

Será um instrumento imprescindível para o acompanhamento de pacientes com feniceltonúria para ser utilizado por profissionais de saúde. (1)

A tabela será desenvolvida com um fator de segurança, já que a tolerância a fenilalanina é muito variável entre um paciente e outro. Dessa forma minimiza-se riscos aos pacientes mais graves. (1).

Enquanto aguardamos a Tabela, devemos ficar atentos a indicação no rótulo dos alimentos. (3)

Referências Bibliográficas

1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informes Técnicos: Procedimentos para enquadramento dos alimentos para dietas com restrição de fenilalanina e alimentos com baixo teor de fenilalanina. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/ALIMENTOS/informes/14_080405.htm. Acessado em 30/10/2008.
2. BRANDALIZE, S.R.C.; CZERESNIA, D.. Avaliação do programa de prevenção e promoção da saúde de fenilcetonúricos. Rev. Saúde Pública. 2004, abr; 38 (2).
3. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Fenilcetonúria. Disponível em http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/PORT2002/PT-847.htm
Acessado em 30/10/2008.
4. MONTEIRO, L.T.B.; CÂNDIDO, L.M.B. Fenilcetonúria no Brasil: evolução e casos. Rev. Nutr., v.19, n.3, p.381-387, 2006.

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