Vitamina B2- Riboflavina
Uma pequena parcela da riboflavina presente nos alimentos encontra-se em sua forma livre – FAD (Flavina Adenina Dinucleotídeo) e FMN (Flavina Mononucleotídeo), sendo transportadas no plasma associadas à albumina e a algumas imunoglobulinas. FAD e FMN participam de reação redox (oxidação–redução) no organismo, as quais algumas são importantes para o funcionamento das células aeróbias (POWERS, 2003). Além disso, catalisam o primeiro passo na oxidação de diversos intermediários no metabolismo de glicose e ácidos graxos, participam da desaminação oxidativa de aminoácidos, e são importantes para a ativação da vitamina B6 e preservação do ácido fólico (MOREIRA, 2007).
Para haver absorção da riboflavina dietética, FAD e FMN devem ser hidrolisados à riboflavina e catalisados por fosfatases não específicas localizadas na borda em escova da membrana dos enterócitos. A absorção acontece predominantemente no intestino proximal (POWERS, 2003). Durante sua absorção, a riboflavina é fosforilada na mucosa intestinal e estocada no fígado, baço, rins e músculo cardíaco. Por não possuir armazenamento, sua necessidade deve ser suprida regularmente (MOREIRA, 2007).
A deficiência de riboflavina ocasiona distúrbios no metabolismo intermediário com conseqüências funcionais, como é o caso de distúrbios no succinato oxidoredutase e succinato dehidrogenase responsáveis pela produção de energia via fosforilação oxidativa, e efeitos na Beta-oxidação de ácidos graxos afetando os lípides no fígado. Outras conseqüências podem ser observadas pela deficiência de B2: distúrbios no sistema hematológico pela interferência na produção de células vermelhas na medula óssea, diminuição de vilosidades no trato gastrointestinal e conseqüente diminuição da área absortiva, anormalidades neurológicas e neuropatia periférica, aumento da vascularização e opacidade da córnea, fotofobia, lacrimejamento, queimação e coceira dos olhos; perda de sensibilidade nos lábios, boca e língua (POWERS, 2003). De acordo com Souza et al (2005), a sua deficiência também pode ser um fator de risco para cânceres. Embora não esclarecido em humanos, estudos experimentais apontam um aumento da carcinogênese provocada por certos agentes em que ocorre o retardamento da inativação de carcinógenos, e, com isso, aumenta sua distribuição em tecidos susceptíveis.
Tabela 1 - Recomendação para o consumo de riboflavina
Recomendação |
1-3 anos - 0,5 mg/dia |
9-13 anos – 0,9 mg/dia |
9-13 anos – 0,9 mg/dia |
FONTE: DRI’s -Food and Nutrition Board, Institute of Medicine, National Academies., 1998.
Tabela 2 - Quantidade de riboflavina em 100g de alimento
Alimento (100g) | Quantidade (mg) |
Ovo | 0.478 |
Leite (vaca) | 0.183 |
Queijo mozarela | 0.283 |
Queijo ricota | 0.195 |
Agrião | 0.12 |
Rúcula | 0.086 |
Sardinha | 0.227 |
Fígado | 2.755 |
Arroz | 0.048 |
FONTE: Tabela de Composição Química dos Alimentos da UNIFESP, 2001.
Nota: Podem ocorrer alterações no aproveitamento e interação da riboflavina nas vias metabólicas energéticas durante o preparo dos alimentos fonte: preparar alimentos em extremos de temperatura, pH (por adicionar substâncias básicas), não empregar o tipo de calor adequado (calor úmido) e, assim, levar às importantes perdas de água do alimento (MOREIRA, 2007).
Referências Bibliográficas:
MOREIRA, A.V.B. Vitaminas. In: SILVA, S.,M.,C.,S. e MURA, J.,D.,P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Ed Roca, 2007. Capítulo 4, p.77-104.
POWERS, H.J. Riboflavin (Vitamin B-2) and health. American Journal of Clinical Nutrition , v.77, p. 1352-60, 2003.
SOUZA, A.C.S, et al. Riboflavina: Uma Vitamina Multifuncional. Química Nova, v. 28, n. 5, p.887-891, 2005.
Fonte: RGNutri
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