Cerca de 10 milhões de brasileiros já tiveram algum sintoma de DST


Os dados, inéditos, fazem parte da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade (PCAP - DST, 2008), divulgada pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (18). A pesquisa foi realizada por técnicos do Ibope em todas as regiões do país, em novembro de 2008, com 8 mil entrevistados.

As DST podem aumentar em 18 vezes o risco de infecção pelo HIV, que é uma doença ainda sem cura.

Campanha e cartão virtual

Com base nos resultados, o Ministério lançou hoje a campanha "Muita prazer, sexo sem DST", voltada principalmente para homens. O objetivo é que a população reconheça os sinais e sintomas, procure tratamento e alerte o parceiro ou parceira sobre os riscos dessas doenças. Um jingle - gravado por 12 cantores sertanejos, entre eles Daniel e a dupla Chitãozinho e Xororó - funciona como carro-chefe e será veiculado em rádios de todo o país.

Uma das novidades da campanha é o hotsite www.aids.gov.br/muitoprazer, que traz informações gerais sobre prevenção e tratamento das DST. Lá, o internauta encontra também cartões virtuais para comunicar ao parceiro a descoberta da infecção por alguma DST, sem necessidade de se identificar.

Automedicação

O levantamento do Ministério da Saúde traz outro dado preocupante: a automedicação, mau hábito que predomina entre os homens. Enquanto 99% das mulheres que procuram tratamento recorrem primeiro a um médico, um quarto dos homens busca solução no balcão da farmácia. Entre eles, quanto menor a escolaridade, maior é o percentual de quem recorre à prática não recomendada.

Regiões

Em termos regionais, o Norte apresenta o maior percentual (24,6%) de homens que relataram ter tido pelo menos uma DST. Nas outras regiões, esse índice não ultrapassa os 20%.

Entre as mulheres, não há diferenças significativas - varia de 11,2% no Sul a 7% no Nordeste. Em relação a raça/cor, o total de homens negros que relataram sinal ou sintoma de DST é maior do que entre os brancos - 19% e 13,8%, respectivamente.

Orientação inadequada

Uma constatação da pesquisa é que os pacientes com indícios de DST nem sempre recebem as orientações adequadas. Apenas 30% dos homens e 31,7% das mulheres tiveram a recomendação de fazer o teste de HIV. A solicitação de exame de sífilis é ainda menor: 24,3% e 22,5%, respectivamente.

Cerca de 40% também não são informados sobre a necessidade de usar preservativo e comunicar aos parceiros.

O tratamento para as DST é simples e está disponível para toda a população no Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte delas tem cura, com exceção do herpes e do HPV.

Veja alguns fatores de risco relacionados às doenças sexualmente transmissíveis:
- Homens têm 31,2% mais chance de ter algum sinal ou sintoma de DST alguma vez na vida do que mulheres.
- Relação sexual com parceiro do mesmo sexo mais do que dobra a probabilidade de ter algum sinal relacionado à DST, na vida.
- Indivíduos que já tiveram mais de 10 parceiros na vida têm chance 65% maior de ter um antecedente relacionado à DST.

Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo
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