Informações de rótulos são falsas

Uma pessoa que precise de duas mil calorias por dia, se as aumentar 5% pode engordar 4,5 kg apenas num ano, alertam os autores da investigação. No entanto, "são necessários mais estudos para ver se é um problema nacional [dos EUA]", apontou a cientista responsável e especialista em nutrição, Susan B. Roberts. "O importante é perceber de que modo as empresas que produzem estes produtos alimentares chegam aos valores nutricionais publicados. Este trabalho técnico deve ser desenvolvido por dietistas que nem sempre estão presentes nas equipas técnicas destas empresas. Esta é a realidade em Portugal e nos Estados Unidos", aponta Graça Raimundo. Nos dois países, "o controlo não é sistemático, é mais esporádico. Nos restaurantes, a produção não é em massa e é muito difícil fazer o controlo", alerta.
Estudo em Portugal - Os especialistas em nutrição ouvidos pelo i defendem a realização de um estudo semelhante em Portugal. "Estamos habituados a confiar nos rótulos dos alimentos devido à fiscalização [europeia], mas devia haver uma instituição credível a elaborar um estudo idêntico para tranquilizar a população", defende a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, Alexandra Bento, surpreendida com o resultado "num país com controlo rigoroso". Em Portugal, "as pessoas desconfiam dos rótulos", acrescenta a especialista em obesidade e comportamento alimentar, Isabel do Carmo. "Estes resultados suportam o fortalecimento da política de rotulagem nutricional dos alimentos", remata Vítor Hugo Teixeira, professor de Composição Nutricional de Alimentos da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.
Alexandra Bento concorda e lembra que a rotulagem nutricional não é obrigatória e deveria ser mais explicativa. Como exemplo aponta que as embalagens trazem geralmente informação nutricional para quantidades de 100 gramas/mililitros, o que não corresponde à quantidade do produto. "Se a informação fosse fornecida por dose, tudo seria mais claro, pois o consumidor não seria obrigado a fazer contas."
Fonte: http://www.ionline.pt/



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