A soja ajuda a emagrecer e a controlar o diabete
Ícone de uma alimentação balanceada, a soja deixou o berço chinês para abraçar o mundo. Respeitada pela ciência, ela ganha um espaço cada vez maior no prato do brasileiro. E, agora, novas pesquisas sedimentam seu papel contra as epidemias do nosso milênio, como a obesidade, o diabete e o câncer. Foi-se o tempo em que a leguminosa era venerada apenas no Oriente e parecia uma exclusividade do cardápio vegetariano. Os limites geográficos do seu cultivo se expandiram, os centros de estudo se empenharam em decifrar suas dádivas à saúde e, de olho numa vida longa, os ocidentais passaram a incluí-la na dieta. Ainda há quem torça o nariz ao experimentar o grão in natura, mas ninguém pode negar sua vocação de protetor do organismo. E a indústria, antenada à tendência, multiplica as opções de consumo para quem quer degustá-lo sem sentir seu sabor peculiar — no suco, no hambúrguer e até no chocolate.
A soja é destaque em qualquer evento que reúna experts em alimentação. Não foi diferente no último Congresso Latino-Americano de Nutrição, realizado no início de novembro em Santiago, no Chile. Ali, o mundo científico trocou novos conhecimentos sobre os potenciais da leguminosa, que congrega proteína de primeira linha, gorduras do bem, fibras, vitaminas e minerais. A proteína, por sinal, não só corresponde a 40% da sua composição como protagoniza boa parte de seus efeitos protetores. Uma pesquisa apresentada no encontro prova que, além de aliar-se à fibra para espantar o diabete tipo 2, ela previne complicações do distúrbio, como a insuficiência dos rins. “Notamos que a proteína da soja ajuda a regular os níveis de açúcar e insulina no sangue, diminuindo o risco da doença renal”, disse a autora, Alison Duncan, professora de nutrição da Universidade de Guelph, no Canadá.
No simpósio destinado exclusivamente ao grão, a estudiosa Ratna Mukherjea, líder de ciências clínicas da Solae, uma das maiores empresas de pesquisa e comércio de ingredientes à base de soja no planeta, expôs o poder da proteína frente à obesidade. “Ela induz a saciedade, ajuda a perder gordura e a preservar a massa magra”, disse. “E, como qualquer proteína de alta qualidade, dá mais trabalho para ser digerida”, explica ainda o nutrólogo gaúcho Carlos Alberto Werutsky, da Associação Brasileira de Nutrologia. A proteína da soja, aliás, não fica atrás da similar de origem animal em termos de características nutricionais (veja o quadro ao lado). Embora não seja tão completa quanto o mesmo ingrediente oferecido pelo ovo ou pelo leite, o vegetal tem lá suas vantagens. “Uma delas é ofertar a substância sem levar consigo gordura saturada e colesterol, que favorecem males cardiovasculares”, afirma a nutricionista Marcela Roquim Alezandro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo.
Ainda em terra chilena, uma conferência sobre alimentos funcionais — aqueles que nutrem e previnem doenças — divulgou outros achados sobre componentes da proteína da soja capazes de queimar quilos extras e desarmar o começo de um câncer. São os chamados peptídeos bioativos, explorados no laboratório da pesquisadora Elvira De Mejía, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. “A betaconglicina, por exemplo, participa da inibição do acúmulo de gordura”, contou a professora. A lunasina é outra arma microscópica que barra tumores. Apesar de ser pouco absorvida pelo organismo, ela se intromete na progressão da doença ainda em fase inicial, contribuindo para a destruição das células malignas. “Nossa ideia é identificar todos esses compostos, isolá-los, testá-los e, enfim, adicioná-los a uma série de alimentos”, proferiu Elvira. Já um estudo recém-publicado pelo Chidren’s Hospital Oakland Research Institute, nos Estados Unidos, demonstra que uma molécula encontrada no conteúdo oleoso do grão batalha contra as células mutantes que formam o tumor de cólon de intestino.
Você pode conferir esta matéria em: http://saude.abril.com.br/edicoes/0319/nutricao/conteudo_527482.shtml
A soja é destaque em qualquer evento que reúna experts em alimentação. Não foi diferente no último Congresso Latino-Americano de Nutrição, realizado no início de novembro em Santiago, no Chile. Ali, o mundo científico trocou novos conhecimentos sobre os potenciais da leguminosa, que congrega proteína de primeira linha, gorduras do bem, fibras, vitaminas e minerais. A proteína, por sinal, não só corresponde a 40% da sua composição como protagoniza boa parte de seus efeitos protetores. Uma pesquisa apresentada no encontro prova que, além de aliar-se à fibra para espantar o diabete tipo 2, ela previne complicações do distúrbio, como a insuficiência dos rins. “Notamos que a proteína da soja ajuda a regular os níveis de açúcar e insulina no sangue, diminuindo o risco da doença renal”, disse a autora, Alison Duncan, professora de nutrição da Universidade de Guelph, no Canadá.
No simpósio destinado exclusivamente ao grão, a estudiosa Ratna Mukherjea, líder de ciências clínicas da Solae, uma das maiores empresas de pesquisa e comércio de ingredientes à base de soja no planeta, expôs o poder da proteína frente à obesidade. “Ela induz a saciedade, ajuda a perder gordura e a preservar a massa magra”, disse. “E, como qualquer proteína de alta qualidade, dá mais trabalho para ser digerida”, explica ainda o nutrólogo gaúcho Carlos Alberto Werutsky, da Associação Brasileira de Nutrologia. A proteína da soja, aliás, não fica atrás da similar de origem animal em termos de características nutricionais (veja o quadro ao lado). Embora não seja tão completa quanto o mesmo ingrediente oferecido pelo ovo ou pelo leite, o vegetal tem lá suas vantagens. “Uma delas é ofertar a substância sem levar consigo gordura saturada e colesterol, que favorecem males cardiovasculares”, afirma a nutricionista Marcela Roquim Alezandro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo.
Ainda em terra chilena, uma conferência sobre alimentos funcionais — aqueles que nutrem e previnem doenças — divulgou outros achados sobre componentes da proteína da soja capazes de queimar quilos extras e desarmar o começo de um câncer. São os chamados peptídeos bioativos, explorados no laboratório da pesquisadora Elvira De Mejía, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. “A betaconglicina, por exemplo, participa da inibição do acúmulo de gordura”, contou a professora. A lunasina é outra arma microscópica que barra tumores. Apesar de ser pouco absorvida pelo organismo, ela se intromete na progressão da doença ainda em fase inicial, contribuindo para a destruição das células malignas. “Nossa ideia é identificar todos esses compostos, isolá-los, testá-los e, enfim, adicioná-los a uma série de alimentos”, proferiu Elvira. Já um estudo recém-publicado pelo Chidren’s Hospital Oakland Research Institute, nos Estados Unidos, demonstra que uma molécula encontrada no conteúdo oleoso do grão batalha contra as células mutantes que formam o tumor de cólon de intestino.
Você pode conferir esta matéria em: http://saude.abril.com.br/edicoes/0319/nutricao/conteudo_527482.shtml
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