Óculos 3D depois do cinema

Como são higienizados os óculos 3D, e o que fazer com eles quando não servem mais para ver filmes

Avatar, do diretor James Cameron, iniciou um um novo padrão na indústria cinematográfica: o filme em 3D. A tecnologia já existia, e algumas produções, principalmente animações, já a utilizavam, mas é em Avatar que a mudança se encaminhou para se tornar a norma - e a não o diferencial. Os dois últimos filmes da série Harry Potter, por exemplo, vão ser em 3D. Produções em 3D vão se tornar cada vez mais comuns, e, com elas, um novo objeto será introduzido no nosso cotidiano: os óculos 3D.

Isso traz dois problemas: o primeiro, de saúde - os óculos não são pessoais, pertencem ao cinema, e podem carregar doenças; o segundo, ambiental: de plásticos, os objetos, agora produzidos em massa, devem ir para o lixo em algum momento.

O primeiro tem solução aparentemente fácil: higienização. O Ministério de Saúde da Itália confiscou cerca de 7 mil unidades de óculos 3D de cinemas italianos. As autoridades afirmam que os óculos não eram devidamente higienizados entre as sessões do filme e não tinham etiquetas indicando que não prejudicariam a vista dos usuários em curto prazo.

O Cinemark, líder do mercado de exibição de filmes no Brasil, afirma que por aqui os óculos são higienizados após cada utilização. Os óculos são entregues lacrados aos espectadores. A higienização é feita por funcionários treinados do cinema. Os óculos recebem tratamento em máquinas de ozônio, substância eficaz no extermínio de vírus e bactérias. Depois, são higienizados com sabão, líquido secante abrilhantador e álcool em gel, antes de serem lacrados.

O dono de um cinema no estado de Michigan, nos Estados Unidos, vende os óculos por US$ 3, o equivalente a R$ 5,40. Carol Moore contou ao jornal USA Today que em uma semana 22% das pessoas retornaram com óculos. "O que significa que eles estão voltando para ver o filme ou dando os óculos para amigos", disse. Essa pode não ser uma solução tão boa para o problema de higiene - amigos não estão livres de conjuntivite, por exemplo -, mas é uma boa solução para o problema do lixo.

Uma marca de óculos 3D americana, a Dolby, dá os óculos para os clientes com instruções de como limpá-los. Segundo a Dolby, alguns óculos já foram lavados milhares de vezes sem degradarem. Os óculos usados pelo Cinemark no Brasil são da marca RealD, a mais usada no mundo - 700 mil pares por dia nos EUA. No Brasil, são utilizado até quatro vezes e depois descartados. Melhor ainda seria reciclar. No Brasil, ainda não há essa solução. Com a popularização cada maior dos filmes 3D será necessário criar soluções mais sustentáveis para a produção de óculos especiais para esses filmes.

Texto: REDAÇÃO ÉPOCA
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