Trabalho de equipe, dentro e fora do campo, é o segredo dos jogadores do Santos Futebol Clube

Data: 25/03/2010
Autor(a): Chico Damaso
Fotógrafo: Camila Marques
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Hoje, os atletas, de um modo geral, já possuem um conhecimento básico para manter uma alimentação saudável. Ainda assim, uma equipe composta por médicos, nutricionistas e fisioterapeutas acompanha de perto cada um dos jogadores profissionais do Santos Futebol Clube, otimizando os resultados e, sempre que necessário, realizando palestras ou oferecendo orientações individuais. Até mesmo os responsáveis pela alimentação destes atletas fora do clube participam.

“O ponto principal é fornecer energia para os jogadores suportarem a intensa carga de treinos e jogos. Essa energia provém, principalmente, dos carboidratos. Assim, a dieta deve ser hiperglicídica, com pouca gordura e normoprotéica. Evitar exercícios em jejum ou logo após as refeições e ingerir carboidratos nas duas primeiras horas após treinos e jogos, a fim de otimizar a reposição de glicogênio muscular e de proteínas para evitar o consumo da massa muscular são cuidados importantes nessa preparação”, comenta Sandra Merouço, nutricionista do Santos Futebol Clube.

Os jogadores de futebol têm um elevado gasto calórico diário. Logo, a ingestão é algo em torno de 3.000 a 4.000 Kcal por dia. De acordo com Sandra, em casos especiais pode haver uma restrição, mas, em geral, 55% a 65 % de carboidratos, 15% a 20% de proteínas e 25% a 30% de gorduras compõem o cardápio.

A hidratação é de fundamental importância em esportes como o futebol, ainda mais quando as partidas ocorrem em dias de temperaturas proibitivas para a prática de qualquer atividade esportiva. Os jogadores devem iniciar as partidas bem hidratados, aproveitando as paralisações durante o jogo para se hidratar, e elaborar estratégias que otimizem a hidratação, a reposição eletrolítica e a de carboidratos no intervalo e ao término da partida.

Suplementação e avaliação nutricional

“A alimentação deve ser monitorada em toda a temporada, ajustada de acordo com a exigência e o desgaste de períodos específicos de cada competição. Isso por que existem períodos em que a recuperação é mais lenta e difícil e, consequentemente, deve-se reforçar a alimentação e a suplementação”, explica dr. Luís Fernando F. Leite de Barros, médico do esporte, fisiologista do Santos Futebol Clube.

Ocasionalmente, a suplementação pode ser feita em determinados momentos da temporada, conforme a carga de treinamentos, a sequência de jogos e em casos bem específicos. Cada atleta tem necessidades especificas e em situações diferentes. São o fisiologista e a nutricionista, mediante a análise de cada caso, que decidem a suplementação adequada.

Dr. Barros complementa que alguns atletas requerem uma avaliação nutricional mais frequente, especialmente aqueles que retornam de lesão e estão acima do peso ideal. Neste caso, recebem um acompanhamento diário de seu peso e dieta, e semanalmente de sua composição corporal. Em outros casos, reavaliações mensais são suficientes.

Medicina e nutrição no esporte

O fisiologista tem a função de embasar cientificamente todos os aspectos da preparação e recuperação do atleta, atuando em diversos aspectos como o desempenho, avaliações físicas, individualização e controle da carga de treinamento, prevenção de lesões, hidratação, suplementação, entre outros.

Essa atuação é aliada ao trabalho dos outros profissionais do clube, especialmente a nutricionista, responsável pela anamnese inicial de cada esportista e elaboração de uma estratégia individualizada de dieta e suplementação. Graças a este estreito contato, há uma troca de informações e ideias a serem implementadas, seja para um atleta específico ou para toda a equipe.

“Tanto os atletas como os outros profissionais de grandes clubes respeitam e aceitam o trabalho de cada membro de uma equipe multiprofissional, cientes de sua importância à equipe e de que o diferencial para um grupo vencedor resulta do sucesso destas intervenções”, finaliza dr. Luís.

Fonte da matéria: NUTRITOTAL
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