Estresse e Alimentação
Qualquer tipo de estímulo estressante tanto físico como psicológico pode desencadear reações psicofisiológicas que acabam resultando na hiperfunção do sistema nervoso simpático e do sistema endócrino, especificamente, da glândula supra-renal. Diante desta situação, torna-se função do hipotálamo e do sistema nervoso parassimpático auxiliar na adaptação ou recuperação do organismo e na manutenção de condições homeostáticas (FILHO e col, 2002).
Os glicocorticóides, uma classe de hormônios, são produzidos e secretados pelo córtex adrenal e exercem um papel importante em diversos órgãos e sistemas, participando da regulação fisiológica e da adaptação às situações de estresse. A concentração de glicocorticóide circulante é regulada através do ajuste do eixo chamado hipotalâmico-hipofisário-adrenal, influenciado por fatores como o ritmo circadiano, o próprio estresse e o feedback negativo. Este último fator é exercido pelo próprio hormônio glicocorticóide, agindo sobre os receptores glicocorticóides, presentes no hipotálamo e na hipófise. A resposta fisiológica e a sensibilidade aos glicocorticóides variam amplamente entre os indivíduos, os tecidos, os tipos celulares e até mesmo durante as fases do ciclo de uma mesma célula (FARIA e LONGUI, 2006).
Nos dias atuais, a população está exposta constantemente à situações de estresse. Com o aumento nos níveis deestresse, o sistema endócrino é ativado, resultando na maior liberação desses hormônios glicocorticóides, como o cortisol, pela glândula supra-renal (FILHO e col, 2002). A maior liberação de cortisol resulta em conseqüências psicológicas e físicas desagradáveis ao indivíduo, influenciando nas atividades diárias, resultando em perda de produtividade e afetando os relacionamentos; ou até mesmo problemas como insônia, dores no corpo, dor de cabeça, problemas estomacais, irregularidade menstrual, ansiedade e depressão podem surgir ou ser agravadas seriamente. (FIAMONCINI, R.L.; FIAMONCINI, R.E 2003).
Neste quadro, também haverá conseqüências no sistema imunológico, responsável pela ação de defesa do organismo contra infecções, já que com a liberação de glicocorticóides, em situações de estresse crônico, ocorre uma sensível diminuição da capacidade de defesa do sistema imune, aumentando, assim, o risco de infecções. Esse quadro é campo de estudo da psicossomática, que indica que a saúde e a doença são estados que resultam do equilíbrio harmônico ou da desregulação, de três campos: corpo, mente e meio externo (FIAMONCINI, R.L.; FIAMONCINI, R.E 2003).
A mensuração dos níveis de estresse mental de um indivíduo pode ser feita através de dosagem de cortisol, podendo ser sanguíneo ou salivar; utilização de alguns parâmetros cardiovasculares, na maioria dos casos a freqüência cardíaca e a pressão arterial; e ainda, através da mensuração do nível de condutibilidade da pele, fruto do aumento da sudorese promovido pelas glândulas sudoríparas frente a uma reação de "luta ou fuga". (RODRIGUES e col, 2007).
O estado de relaxamento também causa no indivíduo mudanças psicofisiológicas que são opostas ou revertem o efeito do sistema nervoso simpático (responsável pelas reações de ativação do corpo humano e do estresse). Os níveis mais baixos, porém normais de cortisol, indicam maior autocontrole, previsibilidade de ação e envolvimento prazeroso e motivante na tarefa (FILHO e col, 2002).
Outros fatores que pode auxiliar a reduzir os níveis de estresse são a atividade física realizada com objetivo de recreação, os exercícios físico, como os aeróbicos que melhoram a condição cardiorrespiratória, ou até mesmo trabalho com peso (musculação) (RODRIGUES e col, 2007).
O estresseinfluencia no sistema digestivo, podendo resultar em pirose, que consiste na conhecida azia, queimação; e má digestão. Desta forma é indicado evitar alimentos com alto teor de gordura, de difícil digestão e em alguns casos, alimentos picantes ou apimentados. A cafeína, o álcool e o cigarro, por exemplo, podem aumentar o nervosismo (WEISS, 1998).
Num quadro de estresse podem ser feitos alguns ajustes na alimentação para favorecer o estado de saúde do indivíduo, como por exemplo, aumentar o consumo de carboidratos, uma vez que devido a esse quadro, há um aumento do metabolismo, e assim um maior consumo de energia diária, consequentemente esgota mais rapidamente os estoques de energia; garantir o consumo de proteína adequado para impedir a degradação muscular, preferir as fontes como carnes sem gordura, peixe, leite desnatado, clara de ovo. Considerando o quadro de forma geral, é indicado uma alimentação equilibrada, com variedade de frutas, verduras e legumes, com o intuído de garantir a ingestão adequada de vitaminas e minerais. Se o houver aumento do apetite, é interessante fracionar as refeições, podendo ser de 4 a 6 por dia (WEISS, 1998).
FONTE: RGNUTRI
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