Alimentos Infantis Industrializados


Nos primeiros anos de vida, é essencial que a criança consuma a quantidade de alimentos necessária para alcançar seu potencial de crescimento (PHILIPPI et al., 2003; BARBOSA et al., 2005). Entretanto, com o trabalho e a mulher fora do lar a necessidade de maior praticidade, rapidez, durabilidade, a boa aceitação de produtos industrializados vêm contribuindo para a introdução destes nos hábitos alimentares das crianças (AQUINO & TUCUNDUVA, 2002).

A diversidade e o aumento da oferta de alimentos industrializados tem influência nos padrões alimentares da população, sendo que a infantil é a mais afetada (AQUINO & TUCUNDUVA, 2002). É importante salientar que nessa faixa etária há necessidade de um maior cuidado com à alimentação, principalmente pelo fato de ocorrer a incorporação de novos hábitos alimentares que implica no conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais que irão influenciar diretamente o padrão alimentar a ser adotado pelo infante (PHILIPPI et al., 2003; BARBOSA et al., 2005).

A seguir listamos algumas características que dos alimentos industrializados apresentam:

- São bastante práticos, o que facilita a montagem de uma refeição;

- Alguns alimentos industrializados contém conservantes, que atualmente leva a polêmicas quanto à segurança alimentar;

- Podem apresentar alto custo;

Um estudo recente feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao consumidor (IDEC), avaliou o teor de açúcares, gorduras e sódio em alimentos infantis. Foram analisados 30 alimentos industrializados (15 bolos e 15 salgados) que frequentemente fazem parte dos lanches das crianças do nosso país. A grande parte deles apresentou excesso de sacarose, de gorduras saturadas e trans e excesso de sódio.

Esta pesquisa nos mostra a importância das escolhas alimentares, sendo que as principais recomendações nutricionais enfatizam o incentivo ao consumo de uma maior variedade de alimentos “in natura”, que incluam pães, cereais, frutas e hortaliças, utilizando-se sal e açúcar com moderação (KEENAN & ABUSABHA, 2001)

Rótulo dos Alimentos

A rotulagem nutricional é um importante aliado para permitir as mães que façam escolhas alimentares mais saudáveis (MONTEIRO et al., 2005).

Os rótulos disponibilizam dados sobre o conteúdo nutricional e podem apresentar frases que relacionam o seu consumo com benefícios para a saúde. No entanto, o nível de compreensão que os consumidores têm sobre os rótulos é de fundamental importância para uma escolha alimentar mais criteriosa (COUTINHO & RECINE, 2007; MARINS et al., 2008).

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) elaborou, nos anos de 2000 e 2001, a legislação que determina as informações nutricionais obrigatórias a serem veiculadas nos rótulos de alimentos (BRASIL, RDC nº 39, 2001; BRASIL, RDC nº 40, 2001). Essa legislação, juntamente com leis anteriores que estabeleciam padrões de qualidade, serve como baliza para as atividades de educação para o consumo saudável (MONTEIRO et al., 2005).

Sendo assim, a leitura dos rótulos dos alimentos é condição essencial quando pensamos em uma alimentação equilibrada e de qualidade.


Referência

AQUINO, R.C, TUCUNDUVA, S. Consumo infantil de alimentos industrializados e renda familiar na cidade de São Paulo. Rev Saúde Pública, ed. 36, vol. 6,pág. 655-60, 2002.
BARBOSA, R.M.S., CROCCIA, C., CARVALHO, C.G.N., FRANCO, V.C., SALLES-COSTA, R., SOARES, E.A. Consumo alimentar de crianças com base na pirâmide alimentar brasileira infantil. Rev Nutr, n 18, v 5, p 633-641, 2005.
BRASIL. Resolução—RDC nº 39, de 21 de março de 2001. Tabela de valores de referência para porções de alimentos e bebidas embalados para fins de Rotulagem Nutricional. Diário Oficial da União 2001. Março 22: seção 1, pt 1.

BRASIL. Resolução—RDC nº 40, de 21 de março de 2001. Regulamento técnico para Rotulagem Nutricional Obrigatória de alimentos e bebidas embalados. Diário Oficial da União 2001. Março 22: seção 1, pt 1.
COUTINHO, J.G., RECINE, E. Experiências internacionais de regulamentação das alegações de saúde em rótulos de alimentos. Rev Panam Salud Publica, n 22, v 6, p 432-437, 2007.
KEENAN, D.P., ABUSABHA R. The fifth edition of thedietary guidelines for Americans. J Am Diet Assoc; n 101, p 631-634, 2001.

MARINS, B.R., JACOB, S.C., PERES, F. Avaliação qualitativa do hábito de leitura e entendimento: recepção das informações de produtos alimentícios. Ciênc Tecnol Aliment, n 28, v 3, p 579-585, 2008.

MONTEIRO, R.A., COUTINHO, J.G., RECINE, E. Consulta aos rótulos de alimentos e bebidas por freqüentadores de supermecados em Brasília, Brasil. Rev Panam Salud Publica, n 18, v 3, 2005.
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