A Necessidade Nutricional do Piloto de Automobilismo é Diferenciada?

Atualmente o principal e mais conhecido campeonato de velocidade do mundo é a fórmula 1. No entanto, o automobilismo surgiu em 1894 na França, com a corrida Paris-Rouen, sendo que o primeiro autódromo foi construído no ano de 1907 na Inglaterra.

A competição pode ocorrer em um circuito fechado, com uma pista pré-determinada e um número de voltas a ser completado, ou em um traçado pré-determinado de um ponto a outro, são as competições chamadas de Rallyes.

Atualmente, podemos afirmar que a tecnologia encontrada neste esporte é incrivelmente admirada, onde carros potentes e velozes superam-se cada vez mais. Porém, a atenção encontrada não se resume aos carros, pois os pilotos necessitam estar preparados psicologicamente, fisicamente e nutricionalmente. Um exemplo clássico do desgaste nesse esporte foi observado em 1991, quando o piloto Ayrton Senna precisou de auxilio médico após o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Nesta ocasião, ele não conseguiu sair do carro após a corrida, tamanha a fadiga em suas pernas e braços.

Os pilotos encontram-se em situação física, extremamente desconfortável, com equipamentos de proteção térmica, vibrações do motor, impactos com o solo, constante aceleração e desaceleração do veículo, tensão no pescoço e ombros. Desta maneira, o esporte exige do atleta utilização de captação de energia por meio das vias rápidas.

A freqüência cardíaca dos pilotos pode chegar a 200 batimentos por minuto na largada e tende a se estabilizar entre 160-170/ min. durante a prova.

O treinamento dos pilotos inclui trabalhos aeróbicos: bicicleta, corrida e cama elástica.

Todas as modalidades esportivas tendem a apresentar uma alimentação diferenciada para os atletas, e no caso do automobilismo, a intervenção nutricional pode ser feita em dois tempos:

a) na primeira fase, onde os treinamentos são de baixa/ moderada intensidade e têm exigência mais aeróbica, o trabalho consiste em melhorar a composição corporal (diminuição do percentual de gordura, correção de peso do atleta, uma vez que nesse esporte o cuidado com o peso do piloto é fundamental). Pode-se ainda adequar a ingestão de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais, e diminuir a ingestão de gorduras.

b) para maximizar o aumento de massa magra na segunda fase, o atleta deve potencializar a ingestão de carboidratos e atentar para uma perfeita hidratação e recuperação muscular pós-exercício. O aumento das proteínas é fundamental se existe a prática de musculação, e essa deve ser adequada à exigência do treino, devendo ficar de 1,4 a 1,8 gramas de proteínas por quilograma de peso corporal por dia.

É importante ressaltar que a ingestão de carboidratos antes e após provas e treinos evitam a queda na concentração de glicose sanguínea e retarda a instalação da fadiga.


A suplementação no automobilismo ainda é muito discutida, são necessários mais estudos para averiguar se há benefícios. As mais freqüentes explicações para o uso de suplementos são:
- dificuldades na ingestão de grandes quantidades de alimentos, para atender às necessidades energéticas e aumento de massa magra;
- redução da função intestinal durante a corrida;
- obtenção dificultada em alimentos ricos em CHO;
- recuperação rápida.


Uma preocupação especial no automobilismo diz respeito à hidratação do piloto, pois diversas características da prova induzem a perda de líquidos: o calor, o tempo de prova, a roupa utilizada, a resposta do esforço muscular e da freqüência cardíaca.

Na medida do possível, os líquidos devem ser repostos durante a corrida. Além da água e carboidratos, os eletrólitos (sais minerais) exercem um papel chave na manutenção da ingestão de líquidos e promovem a reidratação. Uma bebida esportiva rica em carboidratos, sódio e potássio pode ser utilizada nessas condições. Se for inviável a ingestão durante a corrida, a reposição deve ocorrer logo após o término da prova.

O calendário automobilístico é anual, sendo realizadas de 9 a 15 corridas, dependendo da categoria. Dessa forma, é fundamental que se conheça e interprete a periodização do treinamento do atleta, para intervir por meio da dieta e com isso proporcionar a melhora no rendimento nas diversas fases deste ciclo.

Matéria realizada pela Equipe RGNutri
Créditos: NutriçãoSadia. Tecnologia do Blogger.