Um preço alto que pagamos para que a sociedade moderna tenha mais conveniência e praticidade

Estamos falando do bisfenol-A, mais conhecido como BPA. O BPA é encontrado em grande variedade nos alimentos enlatados. Um estudo realizado pela Consumer Reports encontrou em quase todos os alimentos a presença do (BPA) Bisfenol-A. O BPA, um produto químico dentro de alguns plásticos pode lixiviar para a água ou o alimento lentamente ao longo do tempo, podendo causar graves problemas de saúde como o cancro.

Encontramos a presença de BPA em todas as comidas enlatadas e dentro da grande maioria dos plásticos destinados aos alimentos.

A exposição ao BPA em comidas enlatadas é muito mais ampla do que imaginamos, garrafas de plástico contendo refrigerantes e outros alimentos. O BPA é um composto de resina epóxi, utilizada para o revestimento com o objetivo de manter os alimentos frescos, impedindo de interagir com os metais, alterando o sabor. Ela tem sido associada em alguns estudos com ratos e camundongos com o câncer, obesidade, diabetes e doenças cardíacas.

No entanto, grupos comerciais da indústria alimentícia defendem o BPA, apontam que estudos de agências governamentais de saúde consideram o BPA seguro e eficaz para o contato com os alimentos. Eles também afirmam que a sua utilização reduziu substancialmente as mortes por intoxicação alimentar.

Porém, em Janeiro, o Food and Drug Administration E.U. (FDA) pela primeira vez expressou alguma preocupações sobre o BPA. A partir de recentes estudos científicos independentes e também curvando-se na crescente preocupação da opinião pública e grupos de consumidores, a agência anunciou que iria tocar $30 milhões em fundos federais do estímulo para estudar os efeitos potenciais do produto químico no corpo humano.

Os resultados sobre os estudos estão sendo ansiosamente aguardados pela indústria e pelos consumidores. O relatório está sendo realizado em colaboração com o National Institutes of Health.

O que eu tenho recomendado em meu consultório até que mais estudos sejam publicados, é de evitarmos o armazenamento de alimentos em embalagens plásticas e alimentos enlatados, assim como o reaquecimento de alimentos nos mesmos.

O estudo realizado por Taylor, mostrou que a substância química é capaz de alterar o DNA, em um processo conhecido como mudança epigenética. Sabemos que cada fita de DNA possui um grupo de moléculas de carbono que se liga aos receptores, ajudando a transformarem genes ligados ou desligados. Na presença do BPA no entanto, muitas dessas moléculas de carbono pode ser removido do DNA, assim como o interruptor.

Pense então nos grupos de carbono como uma espécie de bloqueio, e os receptores de DNA como um portão. Quando o bloqueio é removido, a porta pode se abrir para qualquer um, aumentando o risco para a circulação de estrógeno mais tarde na vida, ingeragindo com o DNA e causando câncer.

Para estudar a forma como o BPA pode afetar crianças no útero, Taylor utilizou camundongos grávidas injetando altas doses do produto químico durante cinco dias em seu ciclo de gestação de 21 dias. Ele descobriu que os ratos expostos ao BPA não continham a "porta" em seu DNA e que seus receptores foram mais suscetíveis ao estrogênio para o resto de suas vidas. Sua pesquisa é limitada uma vez que ele não pode testar o BPA em humanos.

Dentro da comida enlatada, a fina camada de resina epóxi fica entre o alimento e o metal, prevenindo a ferrugem e auxiliando na conservação do alimento. Esta resina é pulverizada no interior da lata e seca quase que instantaneamente. Milhares de empresas, dentre elas a mais famosa Coca-Cola utiliza a substância em suas latas. Sem o BPA, o alimento perece muito mais rápido. Latas sem a química iriam explodir nas prateleiras das lojas quando o conteúdo reagisse com o metal.

O BPA foi sintetizado pela primeira vez em 1891, tornando-se um excelente produto e de ampla variedade de aplicações, que vão desde canoas de plástico até o uso no setor alimentício. A resina de epóxi age como parte da base de compostos de polímero, usado pela primeira vez em 1940 em alimentos enlatados.

Texto: Vinícius Graton - nutricionsita.
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