Refeição realizada fora de casa: é seguro?


O ritmo de trabalho atual influencia de forma direta os hábitos alimentares. Uma grande parte das pessoas não possui condições para retornar a suas casas para realizar refeições principais, assim como almoço e jantar dependendo da sua carga horária.

Uma boa alternativa para essa população é procurar por restaurantes ou similares próximos ao local de trabalho, para realizar as refeições, ao invés de consumirem lanches ou substitutos, os quais na maioria das vezes são menos nutritivos e mais calóricos, ocasionando na alimentação inadequada, ganho de peso e fatores de risco associados.

Então basta encontrar um local para realizar as refeições próximo ao trabalho que a boa alimentação estará garantida?

Na realidade, diversos cuidados precisam ser tomados nessa situação. O bom senso na hora de escolher e porcionar os alimentos são fundamentais para atender as necessidades nutricionais de parte importante do dia. Outro fator é a higiene e limpeza do local, o qual deve garantir alimentos de boa qualidade, isentos de microrganismos e contaminantes que coloquem em risco a saúde do consumidor.

Nesse sentido, foi dsenvolvido um trabalho, de vistorias nos estabelecimentos que comercializam alimentos, das praças de alimentação de dois shoppings centers de Porto Alegre, uma vez que são locais que apresentam um público extenso e variado, além de reunir estabelecimentos de alto e médio risco. Foram abordadas algumas não conformidades, assim como conservação dos alimentos, ao processo, aos manipuladores, à procedência, registro, validade e rotulagem dos produtos de origem animal, dentre outros aspectos observados. Constatou-se o não cumprimento a vários itens, como por exemplo, temperaturas inadequadas de conservação na maioria dos locais aborados. Sendo assim, percebe-se que os esforços da Vigilância Sanitária, há descumprimento da legislação e como consequência, os consumidores têm acesso a alimentos com diferentes níveis de qualidade sanitária e a segurança dos mesmos não podem ser garantidas.

Mas por que tantos cuidados? Qual a gravidade das doenças de origem alimentar?

Uma das doenças de origem alimentar que merece destaque é o botulismo, sendo que a forma mais comum é através do cunsumo de conservas de alimentos, as quais elaboradas de forma inadequada, criando uma ambiente anaeróbico, onde os esporos se desenvolvem gerando as toxinas. A gravidade da doença depende da quantidade de esporos ingeridos. Podem haver as formas leves, onde a pessoa contaminada apresenta náuseas ou sintomas neurológicos graves. Em estudo recente desenvolvido na Argentina sobre botulismo, foi verificado que a maioria das causas do botulismo se relacionam com alimentos de preparação caseira. Sendo assim, é importante prevenir, através da educação dos consumidores e evitar o consumo desses alimentos em ambientes desconhecidos.

Percebe-se que alguns cuidados em relação a alimentação fora do lar podem ser tomados para garantir a saúde e obter uma alimentação adequada. Os estabelecimentos são os maiores responsáveis em garantir a qualidade da alimentação e os consumidores devem optar por locais que sejam vistoriados pelos órgãos de segurança alimentar, onde os alimentos e preparações servidos sejam isentos de veiculadores de doenças de origem alimentar.

Fontes:

Sella, Alessandra; Ache, Claudia Saldanha; Schmidt, Verônica. Avaliação dos estabelecimentos das praças de alimentação de dois shoppings centers de Porto Alegre sob o ponto de vista da segurança dos alimentos/ Evaluation of establishments of the places of food two shopping in Porto Alegre from the standpoint of food security Hig. aliment; 22(159): 60-64, mar. 2008

Tornese, Mariela; Rossi, M. Laura; Coca, Florencia; Cricelli, Cecilia; Troncoso, Alcides. Epidemiología y factores de riesgo asociados al botulismo de los alimentos y al botulismo infantil: ¿Dónde y cuándo?/ Epidemiology and risk factors associated to foodborne and infant botulism: Where and when? Rev Chilena Infectol; 25(1): 22-27, feb. 2008.
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