Aumento de peso em mulheres jovens

As mulheres muitas vezes culpam o ganho de peso na idade adulta pelo fato de terem tido um filho. W.J Brawn e epidemiologistas da Universidade de Queensland, na Austrália fizeram um estudo estatístico de um grupo selecionado aleatoriamente de 6458 mulheres australianas, com idades entre 18-23 anos em 1996. Auto-relato de inquéritos sobre o peso foram enviados em 1996, 2000, 2003 e 2006, e os dados foram analisados em 2008. No início, as idades variavam entre 18 e 23 anos. Cada mulher respondeu periodicamente um questionário com mais de 300 perguntas sobre peso e altura, idade, escolaridade, atividades físicas, tabagismo, consumo de álcool, remédios usados e uma ampla gama de outras questões de saúde. Em média, as mulheres ganharam peso na taxa de 0,93% ao ano ou 605 g / ano para uma mulher de 65 kg. Durante o período de 10 anos de estudo, as mulheres com um companheiro que teve com um bebê ganhou quase 4 kg a mais, e aqueles com um parceiro, mas sem nenhum filho ganhou 1,8 kg mais, do que mulheres sem companheiros e sem filhos (após ajuste para outros fatores importantes: IMC inicial (obesidade inicial)e idade; tempo de atividade física, tempo sentado, o consumo de energia (2003); nível de escolaridade, horas em trabalho remunerado, e tabagismo). Conclui os autores que ter um filho tem um efeito significativo sobre o ganho de peso de 10 anos, mas há também um efeito atribuível a casar ou viver com um parceiro. O estilo de vida social, bem como variáveis de balanço de energia deve ser considerado no desenvolvimento de estratégias para prevenir o ganho de peso em mulheres adultas jovens.

Após ajustar outras variáveis, o ganho de peso em 10 anos para uma mulher com 70 quilos, foi de 10 quilos se ela teve um filho e um parceiro, 7,5 quilos se ela teve um parceiro, mas não um filho, e apenas 5 quilos se ela viveu sozinha e não teve filhos. O número de mulheres com filho e sem parceiro era pequeno demais para gerar conclusões estatisticamente relevantes. Não há motivo para acreditar que ter um companheiro causa alterações metabólicas, então o ganho de peso entre mulheres sem filhos vivendo com alguém deve ter sido causado praticamente apenas por alterações comportamentais. Além disso, houve um aumento de peso estável entre todas as mulheres durante os 10 anos do estudo. Isso não explica o ganho de peso ,ainda maior, em mulheres que ficaram grávidas. No final do estudo, mais da metade das participantes tinha diploma universitário, cerca de três quartos tinham parceiros, e metade havia tido pelo menos um bebê. Praticamente todo o ganho de peso ocorreu com o primeiro filho; nascimentos subsequentes surtiram pouco efeito.

Também ao final do período do estudo, havia menos fumantes e bebedores de risco do que no início, mais mulheres que se exercitavam menos e uma proporção maior sem um emprego remunerado. Porém, mesmo depois de ajustar para todos esses e outros fatores, as diferenças em ganho de peso entre mulheres com e sem filhos, e entre mulheres com e sem parceiros, continuou. O estudo incluiu apenas mulheres, mas os pesquisadores citaram um estudo anterior que acusou um aumento na obesidade entre homens com filhos, agregando ainda mais evidências de que fatores sociais e comportamentais fazem parte da explicação

Fonte :: Am J Prev Med. 2010 Feb;38(2):163-70.
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