IRC e Orientações
Qual a orientação nutricional para o paciente com insuficiência renal crônica não dialítica ou tratamento conservador?
O paciente que apresenta insuficiência renal crônica (IRC), mas ainda não está sendo submetido à diálise (fase pré-dialítica ou tratamento conservador) deve cuidar de sua alimentação, principalmente no que diz respeito ao sódio e à proteína de origem animal.
A progressão da doença não é totalmente justificada pelo uso excessivo da proteína, porém, acredita-se que o aumento da ingestão de proteína eleva a proteinúria (eliminação protéica através da urina), aumentando o ritmo de progressão da doença renal. A alimentação restrita em proteína atrasa a entrada para a diálise quando comparada à dieta não restrita. O efeito protetor da dieta hipoprotéica inclui diminuição da pressão intraglomerular, menor excreção de amônia e fosfato, menor geração de produtos nitrogenados tóxicos e íons inorgânicos responsáveis pelos distúrbios clínicos e metabólicos característicos da uremia, diminuição dos lipídeos séricos e redução de fatores mitogênicos e de crescimento.
Para calcular a dieta, os carboidratos complexos e simples, gorduras, frutas, verduras e legumes podem ser utilizados seguindo as recomendações tradicionais.
Nos casos de diabetes e hipertrigliceridemia, os carboidratos simples e complexos devem ser controlados; na hipercolesterolemia, a gordura deve ser preferencialmente a do tipo poli e monoinsaturada; na hipercalemia (aumento dos níveis séricos de potássio), as frutas, verduras e legumes devem ser controlados. Se o paciente apresentar hiperfosfatemia, esta será controlada por meio da restrição protéica, visto que as fontes de proteína da dieta são as mesmas que contêm fósforo (especialmente carnes em geral, leite e derivados e ovos).
Recomendações nutricionais para o tratamento conservador de pacientes renais crônicos:
Calorias: em casos de necessidade de redução de peso corporal, usa-se aproximadamente 30 cal/kg de peso. Em repleção, usa-se mais que 35 cal/kg.
Proteínas: geralmente a recomendação protéica é similar à recomendação da população geral, sendo de 0,8 a 1,0 g proteína/kg de peso corporal. Porém, quando há evidência da progressão da IRC, utiliza-se 0,6 g proteína/kg de peso corporal, perfazendo uma dieta hipoprotéica convencional.
Carboidratos: de 55 a 65% do valor energético total.
Lipídeos: 30 a 35% do valor energético total, sendo saturados menos que 10%, monoinsaturados entre 10 e 15% e poliinsaturados 10%.
Sódio: seguir recomendações similares às para hipertensão arterial, de até 6 g de sal ao dia, equivalentes a quatro colheres rasas de chá.
Assim como o paciente que faz hemodiálise ou qualquer outro tratamento para insuficiência renal aguda ou crônica, o renal crônico em tratamento conservador deve ser orientado individualmente, sendo obrigatório o seu acompanhamento por um nutricionista a fim de potencializar seu tratamento nutricional.
As várias causas da IRC:
• Pielonefrite
• Diabetes Mellitus
• Glomerulonefrite crônica
• Hipertensão arterial grave
• Doenças hereditárias (rim com cistos)
• Pedras nos rins (cálculos)
• Lúpus eritematoso sistêmico
Dicas:
• Sua alimentação deve ser preparada apenas com a quantidade de sal recomendada em sua dieta, pois um rim doente não consegue eliminar o excesso, podendo ocorrer acúmulo de sódio e líquido no corpo, causando inchaço e sua respiração poderá ficar mais difícil e exigir maior esforço do coração;
• As refeições devem ser feitas de 3 em 3 horas. Nenhuma refeição deve ser "pulada";
• Limite alimentos como leite, queijo, feijão, castanhas e refrigerantes. Eles contêm fósforo. Excesso de fósforo em seu sangue causa a retirada de cálcio de seus ossos. O cálcio ajuda a manter os ossos fortes e saudáveis. Para prevenir problemas nos ossos, seu médico pode lhe receitar medicamentos especiais. Você deve tomar esses medicamentos todos os dias como foi prescrito;
• Evite consumir em excesso alimentos ricos em proteínas, visto que estes também são uma fonte de fósforo: leite e derivados (queijo, iogurte, sorvete de massa), carnes em geral (frango, gado, peixe, suíno, presunto, etc.), vísceras (moela, fígado), ovos, cereais integrais, feijão, soja, lentilha, grão de bico, castanhas e amendoim;
• Observe a quantidade de potássio que você ingere. Potássio é um mineral encontrado em substitutos do sal e em alimentos. Tanto o excesso como a falta de potássio pode ser prejudicial ao seu coração;
• Pratique uma atividade física orientada por um profissional;
• Siga corretamente as instruções do seu médico e de seu nutricionista.
Para controlar o consumo de líquidos e a sede:
• Os líquidos (água, chá, café, sucos) devem ser consumidos nas quantidades previstas em sua dieta. O excesso de líquido é prejudicial para você;
• Use bebidas e frutas geladas;
• Os doces em calda devem ser consumidos sem a calda;
• Faça bochechos com água ou molhe os lábios;
• Caso use mingau, a quantidade de leite deve ser contada nos líquidos permitidos;
• Lembre-se que algumas frutas como melancia e bergamota, assim como sopas, gelatinas, sorvetes e outros são considerados líquidos;
• Quando sentir a boca seca, coloque um pedaço de limão na boca para estimular a saliva ou use balas azedas.
Para controlar o consumo de sal:
• Para medir o sal, use uma tampa de caneta Bic rasa ou uma colher de cafezinho rasa. Ambas equivalem a 1g de sal;
• Leia o rótulo dos alimentos para saber se possuem sal;
• Para acentuar o sabor dos alimentos e substituir o sal, use temperos naturais, tais como: orégano, salsa, sálvia, manjerona, manjericão, louro, alho, cebola, alecrim, azeite, limão, cominho, páprica, cravo da índia, noz moscada, gengibre, anis, canela, etc.;
• Evite o sal, pois os alimentos salgados o fazem sentir sede e estimula seu corpo a reter água. O sal está presente em alimentos como azeitona, charque, enlatados, sardinha, atum, presunto, mortadela, bacon, salsicha, lingüiça, salame, temperos industrializados (Arisco, Sazon, Ajinomoto), carnes, aves e peixes defumados, sopas desidratadas, caldo de carne e galinha concentrados, amaciantes de carne, mostarda, maionese, catchup, molhos prontos, molho de soja (molho shoyo), salgadinhos, alguns queijos, bolachas água e sal, salgadinhos industrializados e de pastelarias, pães com coberturas salgadas;
• Use suco de limão para realçar o tempero dos alimentos e, se você tiver sobre a mesa das refeições pedaços de limão e, no saleiro, uma mistura de ervas ao invés de sal, ficará mais fácil lembrar-se de reduzir o sal das refeições;
Alimentos ricos em Potássio (K): EVITAR
• Vegetais e Leguminosas: alface lisa, agrião, abóbora, acelga, aspargo, batata, beterraba, berinjela, brócolis, couve crua, cebolinha verde, cenoura, espinafre, ervilha, feijão, grão de bico, lentilha, mandioca, mostardas, manjerona, nabo cru, palmito, quiabo, rabanete, repolho cru, rúcula, sálvia, tomate, vagem;
• Frutas: abacate, amora, banana prata, água de côco (fruta), damasco, figo, goiaba, kiwi, mamão, maracujá, nectarina;
• Outros alimentos: ameixa preta seca, amendoim, amêndoa, açúcar mascavo, chá da índia, chocolate, chocolate em pó, caldo de carne concentrado, café solúvel, extrato de tomate, erva mate, leite em pó, pipoca, pimenta do reino, pão de batata, rapadura, soja cozida, uva passa.
Como diminuir o Potássio dos alimentos:
• Descasque as frutas ou vegetais;
• Coloque em uma panela com bastante água e deixe ferver;
• Escorra a água e prepare-os como desejar;
• Sopas: não utilize a água onde foram cozidos os legumes e verduras, pois esse caldo é rico em potássio;
• As batatas devem ser cozidas em água sem casca antes de serem fritas;
• Lembre-se: se você consumir grande quantidade de alimentos pobres em potássio, o total de potássio consumido passará a ser elevado.
Dicas NutriçãoSadia, por Vinícius Graton, nutricionista.
O paciente que apresenta insuficiência renal crônica (IRC), mas ainda não está sendo submetido à diálise (fase pré-dialítica ou tratamento conservador) deve cuidar de sua alimentação, principalmente no que diz respeito ao sódio e à proteína de origem animal.
A progressão da doença não é totalmente justificada pelo uso excessivo da proteína, porém, acredita-se que o aumento da ingestão de proteína eleva a proteinúria (eliminação protéica através da urina), aumentando o ritmo de progressão da doença renal. A alimentação restrita em proteína atrasa a entrada para a diálise quando comparada à dieta não restrita. O efeito protetor da dieta hipoprotéica inclui diminuição da pressão intraglomerular, menor excreção de amônia e fosfato, menor geração de produtos nitrogenados tóxicos e íons inorgânicos responsáveis pelos distúrbios clínicos e metabólicos característicos da uremia, diminuição dos lipídeos séricos e redução de fatores mitogênicos e de crescimento.
Para calcular a dieta, os carboidratos complexos e simples, gorduras, frutas, verduras e legumes podem ser utilizados seguindo as recomendações tradicionais.
Nos casos de diabetes e hipertrigliceridemia, os carboidratos simples e complexos devem ser controlados; na hipercolesterolemia, a gordura deve ser preferencialmente a do tipo poli e monoinsaturada; na hipercalemia (aumento dos níveis séricos de potássio), as frutas, verduras e legumes devem ser controlados. Se o paciente apresentar hiperfosfatemia, esta será controlada por meio da restrição protéica, visto que as fontes de proteína da dieta são as mesmas que contêm fósforo (especialmente carnes em geral, leite e derivados e ovos).
Recomendações nutricionais para o tratamento conservador de pacientes renais crônicos:
Calorias: em casos de necessidade de redução de peso corporal, usa-se aproximadamente 30 cal/kg de peso. Em repleção, usa-se mais que 35 cal/kg.
Proteínas: geralmente a recomendação protéica é similar à recomendação da população geral, sendo de 0,8 a 1,0 g proteína/kg de peso corporal. Porém, quando há evidência da progressão da IRC, utiliza-se 0,6 g proteína/kg de peso corporal, perfazendo uma dieta hipoprotéica convencional.
Carboidratos: de 55 a 65% do valor energético total.
Lipídeos: 30 a 35% do valor energético total, sendo saturados menos que 10%, monoinsaturados entre 10 e 15% e poliinsaturados 10%.
Sódio: seguir recomendações similares às para hipertensão arterial, de até 6 g de sal ao dia, equivalentes a quatro colheres rasas de chá.
Assim como o paciente que faz hemodiálise ou qualquer outro tratamento para insuficiência renal aguda ou crônica, o renal crônico em tratamento conservador deve ser orientado individualmente, sendo obrigatório o seu acompanhamento por um nutricionista a fim de potencializar seu tratamento nutricional.
As várias causas da IRC:
• Pielonefrite
• Diabetes Mellitus
• Glomerulonefrite crônica
• Hipertensão arterial grave
• Doenças hereditárias (rim com cistos)
• Pedras nos rins (cálculos)
• Lúpus eritematoso sistêmico
Dicas:
• Sua alimentação deve ser preparada apenas com a quantidade de sal recomendada em sua dieta, pois um rim doente não consegue eliminar o excesso, podendo ocorrer acúmulo de sódio e líquido no corpo, causando inchaço e sua respiração poderá ficar mais difícil e exigir maior esforço do coração;
• As refeições devem ser feitas de 3 em 3 horas. Nenhuma refeição deve ser "pulada";
• Limite alimentos como leite, queijo, feijão, castanhas e refrigerantes. Eles contêm fósforo. Excesso de fósforo em seu sangue causa a retirada de cálcio de seus ossos. O cálcio ajuda a manter os ossos fortes e saudáveis. Para prevenir problemas nos ossos, seu médico pode lhe receitar medicamentos especiais. Você deve tomar esses medicamentos todos os dias como foi prescrito;
• Evite consumir em excesso alimentos ricos em proteínas, visto que estes também são uma fonte de fósforo: leite e derivados (queijo, iogurte, sorvete de massa), carnes em geral (frango, gado, peixe, suíno, presunto, etc.), vísceras (moela, fígado), ovos, cereais integrais, feijão, soja, lentilha, grão de bico, castanhas e amendoim;
• Observe a quantidade de potássio que você ingere. Potássio é um mineral encontrado em substitutos do sal e em alimentos. Tanto o excesso como a falta de potássio pode ser prejudicial ao seu coração;
• Pratique uma atividade física orientada por um profissional;
• Siga corretamente as instruções do seu médico e de seu nutricionista.
Para controlar o consumo de líquidos e a sede:
• Os líquidos (água, chá, café, sucos) devem ser consumidos nas quantidades previstas em sua dieta. O excesso de líquido é prejudicial para você;
• Use bebidas e frutas geladas;
• Os doces em calda devem ser consumidos sem a calda;
• Faça bochechos com água ou molhe os lábios;
• Caso use mingau, a quantidade de leite deve ser contada nos líquidos permitidos;
• Lembre-se que algumas frutas como melancia e bergamota, assim como sopas, gelatinas, sorvetes e outros são considerados líquidos;
• Quando sentir a boca seca, coloque um pedaço de limão na boca para estimular a saliva ou use balas azedas.
Para controlar o consumo de sal:
• Para medir o sal, use uma tampa de caneta Bic rasa ou uma colher de cafezinho rasa. Ambas equivalem a 1g de sal;
• Leia o rótulo dos alimentos para saber se possuem sal;
• Para acentuar o sabor dos alimentos e substituir o sal, use temperos naturais, tais como: orégano, salsa, sálvia, manjerona, manjericão, louro, alho, cebola, alecrim, azeite, limão, cominho, páprica, cravo da índia, noz moscada, gengibre, anis, canela, etc.;
• Evite o sal, pois os alimentos salgados o fazem sentir sede e estimula seu corpo a reter água. O sal está presente em alimentos como azeitona, charque, enlatados, sardinha, atum, presunto, mortadela, bacon, salsicha, lingüiça, salame, temperos industrializados (Arisco, Sazon, Ajinomoto), carnes, aves e peixes defumados, sopas desidratadas, caldo de carne e galinha concentrados, amaciantes de carne, mostarda, maionese, catchup, molhos prontos, molho de soja (molho shoyo), salgadinhos, alguns queijos, bolachas água e sal, salgadinhos industrializados e de pastelarias, pães com coberturas salgadas;
• Use suco de limão para realçar o tempero dos alimentos e, se você tiver sobre a mesa das refeições pedaços de limão e, no saleiro, uma mistura de ervas ao invés de sal, ficará mais fácil lembrar-se de reduzir o sal das refeições;
Alimentos ricos em Potássio (K): EVITAR
• Vegetais e Leguminosas: alface lisa, agrião, abóbora, acelga, aspargo, batata, beterraba, berinjela, brócolis, couve crua, cebolinha verde, cenoura, espinafre, ervilha, feijão, grão de bico, lentilha, mandioca, mostardas, manjerona, nabo cru, palmito, quiabo, rabanete, repolho cru, rúcula, sálvia, tomate, vagem;
• Frutas: abacate, amora, banana prata, água de côco (fruta), damasco, figo, goiaba, kiwi, mamão, maracujá, nectarina;
• Outros alimentos: ameixa preta seca, amendoim, amêndoa, açúcar mascavo, chá da índia, chocolate, chocolate em pó, caldo de carne concentrado, café solúvel, extrato de tomate, erva mate, leite em pó, pipoca, pimenta do reino, pão de batata, rapadura, soja cozida, uva passa.
Como diminuir o Potássio dos alimentos:
• Descasque as frutas ou vegetais;
• Coloque em uma panela com bastante água e deixe ferver;
• Escorra a água e prepare-os como desejar;
• Sopas: não utilize a água onde foram cozidos os legumes e verduras, pois esse caldo é rico em potássio;
• As batatas devem ser cozidas em água sem casca antes de serem fritas;
• Lembre-se: se você consumir grande quantidade de alimentos pobres em potássio, o total de potássio consumido passará a ser elevado.
Dicas NutriçãoSadia, por Vinícius Graton, nutricionista.
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