Sódio: Bom ou Ruim?

O sódio (Na) é um dos vinte e dois minerais considerados essenciais. Sendo o principal eletrólito extracelular, constitui 2% do conteúdo mineral total do organismo e 0,15% do peso corporal total (CARDOSO E VANNUCCHI, 2006). Cerca de 43% do sódio é encontrado nos ossos, 2,5% estão no líquido intersticial e apenas 2,5% estão no compartimento intracelular. Todo o restante (52%) situa-se no plasma (VANNUCCHI E MARCHINI, 2007).

Este mineral está envolvido na manutenção do equilíbrio e distribuição hídricos, no equilíbrio osmótico, no equilíbrio ácido-básico, na irritabilidade muscular e é importante no mecanismo de transporte de moléculas através de membranas celulares (MAHAN E STUMP, 2002).

Metabolismo:

O sódio é prontamente absorvido por transporte ativo e passivo na parte superior do intestino delgado e transportado para os rins, onde é filtrado, retornando para o sangue em níveis apropriados. É excretado principalmente na urina (90-95%), além de fezes e suor 2002). 

Sua concentração é controlada através da secreção de hormônios do sistema renina-angiotensina-aldosterona e antidiuréticos. Quando os níveis de sódio no sangue aumentam ocorre o estimulo de sua excreção urinária e da sensação de sede para que haja aumento da ingestão hídrica, por outro lado, quando os níveis estão baixos, a excreção urinária de sódio diminui para que se amenizem as perdas (CARDOSO E VANNUCCHI, 2006; MAHAN E STUMP, 2002).

Consumo excessivo e deficiência:

O consumo excessivo de sódio está associado a aumento da pressão arterial, doenças cardiovasculares, doenças renais, entre outras doenças crônicas (DRI, 2004; WHO, 2007). Além disso, ainda interfere na absorção e metabolismo do cálcio, podendo ter impacto negativo na saúde óssea (PEREIRA, 2009).

Segundo alguns estudos, o consumo de sódio da população brasileira chega a ser de três a cinco vezes superiores ao recomendado (COZZOLINO, 2007; SARNO, 2009), que é de 1,5g/dia (DRI, 2004), com limite máximo de 2g/dia, que correspondem a 5g de sal (WHO, 2003).
Em geral, o consumo é na forma de sal de cozinha (cloreto de sódio), mas pode ser também a partir de diversos produtos industrializados, além de frutas e hortaliças em quantidades variadas (MAHAN E STUMP, 2002).

Quando há uma queda rápida dos níveis de sódio, ou quando o sódio sérico é menor que 135mEq/L ocorre a hiponatremia, que desencadeia sintomas como: confusão mental, letargia, anorexia, convulsões, coma, náuseas, vômitos, câimbras, fraqueza. Nesse caso, é importante a restrição hídrica e a reposição de sódio. Por outro lado, pode ocorrer a hipernatremia, caracterizada por níveis de sódio elevados no sangue (maior que 142mEq/L), que tem como sintomas: sede intensa, confusão mental, fraqueza, náuseas, oligúria, irritabilidade e câimbras, sendo fundamental a restrição no consumo de sódio e hidratação (VANNUCCHI E MARCHINI, 2007). Além disso, o consumo excessivo de sódio pode agravar diversas doenças crônicas como já mencionado anteriormente.

O sódio é essencial para o organismo, porém, devemos nos atentar a quantidade consumida para evitar exageros e consequentemente seus efeitos maléficos. Além disso, é fundamental que tenhamos uma boa hidratação para que seja mantido o equilíbrio entre sódio e água no corpo.

Recomendação:

Segundo Dietary Reference Intakes (DRI), (2004), a ingestão adequada de sódio para o indivíduo adulto sadio é de 1,5g por dia.

Fontes: 
Segue abaixo a quantidade de sódio em alguns alimentos:
Alimento (100g)
Sódio (mg)
Alface
3
Arroz
1
Banana prata
*
Caldo de carne
22180
Feijão carioca
2
Leite integral
64
Lingüiça de porco
1176
Macarrão
7
Maçã Fuji
*
Pão francês
648
Peito de frango
56
Refrigerante tipo cola
7
Sal de cozinha
38758
Sardinha em conserva
666
Tomate cru
1
    *valore menores que 0,5mg
   Fontes: TACO – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, 2006; Tabela UNIFESP, 2009.
Nota: pessoas que praticam atividade física intensa ou estão expostas a outras condições que provoquem sudorese intensa podem necessitar de um aporte de sódio maior do que o recomendado para os indivíduos adultos saudáveis. Portanto, é importante estar atento e procurar orientações de um profissional nutricionista para avaliar a necessidade real deste mineral.

Referências Bibliográficas:

CARDOSO, M. A.; VANNUCCHI, H. Nutrição Humana – Nutrição e Metabolismo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

COZZOLINO, S. M. F. Deficiências de minerais. Estud. av.,  São Paulo,  v. 21,  n. 60, Aug.  2007.

MAHAN, L. K.; STUMP, S. E. Krause Alimentos, nutrição & dietoterapia.10 ed. São Paulo. Roca. 2002.

PEREIRA, G. A. P. et al . Cálcio dietético: estratégias para otimizar o consumo. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo,  v. 49,  n. 2, abr.  2009 .

Report of a WHO forum and technical meeting, 2006. Paris, France. Reducing salt intake in populations. Geneva: WHO; 2007.

SARNO, F. et al . Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003. Rev. Saúde Pública,  São Paulo,  v. 43,  n. 2, abr.  2009 .

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Núcleo de Estudos e Pesquisa em Alimentação (NEPA), UNICAMP. v.2. 2.ed. Campinas, 2006.

UNIFESP. Tabela de composição química dos alimentos [online] [acesso em 2009 jul 28]. Disponível em:

USDA - National Academy of Sciences. Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Water, Potassium, Sodium, Chloride, and Sulfate; 2004.

VANNUCCHI, H; MARCHINI, J. S. Nutrição Clínica – Nutrição e Metabolismo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneva; 2003. (WHO Technical report series, 916).


FONTE DO ARTIGO: EQUIPE RGNUTRI
Créditos: NutriçãoSadia. Tecnologia do Blogger.